ATA DA TRIGÉSIMA
SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 20.05. 1996.
Aos
vinte dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se,
na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos,
foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto
Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis
Ilgenfritz, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol,
Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João
Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho,
Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, e Wilton Araújo,
Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da
Trigésima Quinta Sessão Ordinária e das
Oitava e Nona Sessões Solenes, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados:
pelo Vereador Artur Zanella, 01 Indicação n° 40/96 ( Processo n° 1252/96): pelo
Vereador Dilamar Machado, 01 Indicação n° 42/96 (Processo N°1321/96): pelo
Vereador Henrique Fontana, 01 Emenda n° 02 ao Projeto de Lei do Legislativo n°
35/95 ( Processo n° 1018/95); pelo Vereador Mário Fraga, 02 Pedidos de
Providências; pelo Vereador Paulo Brum,
01 Pedido de Providências; pelo Vereador Raul Carrion, 01 Subemenda n° 01 à
Emenda n° 03 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 12/94 ( Processo
n° 905/94; pelo Senhor Prefeito Municipal, 01 Projeto de Lei do Executivo n° 28
e 29/96 (Processo n° 1418 e 1419/96) e 01 Projeto de Lei Complementar do
Executivo n° 05/96 (Processo n°1417/96). Do EXPEDIENTE constaram; Ofícios n°s
196, 197, 198, 199, 200/96, do Senhor Prefeito Municipal, 352/96, do Deputado
Federal Mendes Ribeiro Filho, 423/96, do Conselheiro Celso Testa, Presidente do
Tribunal de Contas do Estado, 48/96, do Senhor Vicente Joaquim Bogo,
Vice-Governador do Estado, 481/96, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch,
Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações, 487/96, do Senhor
Antônio Gonzales, Presidente da Associação Rio-Grandense de Impresa, 539 e
540/96, da Senhora Elizabeth Elias Böhm, Diretora Secretária-Geral do Conselho
da Ordem dos Advogados do Brasil. Logo após, o Senhor Presidente apregoou
Licenças para Tratamento de Saúde dos Vereadores Décio Schauren e Helena Bonumá,
dando posse aos Suplentes Gerson Almeida e João Pirulito, informando que Suas
Excelências integrarão, respectivamente, as Comissões de Urbanização,
Transportes e Habitação e de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, ambos na
data de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion teceu
considerações sobre a morte de guerrilheiros no Araguaia durante a ditadura
militar, convidando os presentes a participarem de atividade na próxima
quarta-feira na Assembléia Legislativa que marca a passagem deste
acontecimento. Em continuidade, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica
Municipal, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Ada Maria Ferreira,
da Associação de Expositores de Sábado na Avenida José Bonifácio, que externou
a posição dos expositores sobre o Projeto que oficializa o Brique de Sábado
pela manhã. Às quatorze horas e trinta e três minutos os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados ás quatorze horas e trinta e oito
minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt, discorrendo
sobre o lançamento de livro do Professor Sergius Gonzaga sobre morte de seu
filho em acidente de veículos, teceu considerações sobre campanha contra a
violência no trânsito. Em PAUTA, 2° Sessão, estiveram: o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo n° 08/96, o Projeto de
Lei Complementar do Executivo n° 04/96 e o Projeto de Lei do Executivo n°
27/96; em 3ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo n°s 53 e
62/96. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol elogiou a nova era
tecnológica em que o jornal Correio do Povo, que passa a ser impresso em cores.
O Vereador Luiz Negrinho reportou-se ao problema da falta de segurança pública
no Bairro Cristal. A seguir, constatada a existência de “quorum “, foi iniciada
a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Vereador Raul
Carrion solicitando adiamento da votação do Projeto de Lei Complementar do
Legislativo n° 21/93 por uma Sessão. Em continuidade, o Senhor Presidente
deferiu Requerimento do Vereador Lauro Hagemann solicitando seja votado em
destaque o artigo 5° do Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 12/94. Em
prosseguimento, após, ser discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Jocelin
Azambuja, João Dib, Raul Carrion, Clovis Ilgenfritz e Lauro Hagemann, foi
aprovado Requerimento do Vereador Lauro Hagemann solicitando seja adiado por
duas Sessões a discussão do Projeto de Lei Complementar do Legislativo n°
12/94. Logo após, o Senhor Presidente apregoou o Oficio n° 221/96, do Senhor
Prefeitura Municipal que comunica a sua ausência da Capital nos dias vinte e um, vinte e dois, vinte e três de
maio do corrente ano, quando participará de atividades nas cidades de Belo
Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Lauro Hagemann
solicitando seja adiada a discussão do Projeto de Lei do Projeto n° 35/95 por
duas Sessões. Em Votação, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz
Braz, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Fernando Záchia, João Motta, Pedro Américo
Leal, Henrique Fontana, Raul Carrion, Antonio Hohlfeldt, Reginaldo Pujol, Lauro
Hagemann, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu
D’Ávila, por dezenove Votos SIM, onze
Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO o Recurso de autoria do Vereador Henrique Fontana à
instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito, deferida, em trinta de abril e
instalada em sete de maio do corrente ano para averiguar fatos veiculados na
imprensa local acerca do uso indevido, em abuso de autoridade, por partido político,
Requerimento n° 92/96 (Processo n° 1285/96), votando SIM os Vereadores Clovis
Ilgenfritz, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique
Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho,
Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Gerson Almeida, e João Pirulito e Não os Vereadores Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Fernando Záchia,
João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz,
Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, optando
pela Abstenção o Vereador Mário Fraga e votando com declaração de voto os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Elói Guimarães e Milton Zuanazzi,
determinando-se, assim, o arquivamento da referida Comissão Parlamentar de
Inquérito. As referidas declarações de voto tiveram cópias solicitadas pelo
Vereador Reginaldo Pujol à Requerimento deferido pelo Senhor Presidente.
Durante os encaminhamentos ao Recurso supra aprovado, os Vereadores Dilamar
Machado, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Fernando Záchia, Reginaldo Pujol, Airto
Ferronato e Jocelin Azambuja formularam Questões de Ordem atinentes à sua forma
de tramitação e respectiva regimentalidade. Na ocasião, o Senhor Presidente
informou o recebimento de convite formulado pelo Prefeito Tarso Genro para que
Sua Excelência o acompanhasse em uma comitiva à Istambul, na Turquia, para
participar da Assembléia Mundial das Cidades e Autoridades Locais - Conferência
Habitat II, oportunidade na qual o Vereador Clovis Ilgenfritz externou seu
interesse em integrar a referida comitiva, referindo, também, que esta Casa
estará muito bem representada pelo Vereador Lauro Hagemann. A seguir, foi
aprovado o Requerimento n° 103/96 ( Processo n° 1404) do Vereador José Valdir
solicitando Moção de apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra em
luta pela implementação da reforma agrária no País. Em GRANDE EXPEDIENTE, o
Vereador Henrique Fontana teceu considerações sobre a posição do Vereador
Antonio Hohlfeldt, em relação ao PT, comentando o relacionamento de Sua
Excelência com o PSDB. O Vereador João Dib, reportando-se pronunciamento do
Vereador Henrique Fontana, comentou o arquivamento da Comissão Parlamentar de
Inquérito que tratava do mau uso da
máquina administrativa pelo candidato do PT à Prefeitura, destacando a
importância do respeito às opiniões dos Vereadores desta Casa. O Vereador
Dilamar Machado reportou-se à regimentalidade da votação do Recurso nesta
Sessão que determinou o arquivamento da Comissão Parlamentar de Inquérito que
tratava do mau uso da máquina pública pelo candidato do PT. As dezoito horas e
vinte e sete minutos, esgota o tempo regimental da Sessão, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Mário Fraga e Fernando Záchia e
secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Luiz Negrinho. Do que eu,
Fernando Záchia, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada,
será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mário Fraga): Com a palavra, em tempo de Liderança, o Ver. Raul Carrion.
O SR. RAUL
CARRION:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, amigos presentes, especialmente do Brique dos
Sábados da José Bonifácio. ( Lê.)
“A Bancada do PC do B usa a tribuna, no dia
de hoje, para retomar a questão da Guerrilha do Araguaia, que só agora começa a
ser do conhecimento da maioria do povo brasileiro.
Em primeiro lugar, para convidar a todos para
participarem do Grande Expediente da Assembléia Legislativa - em homenagem à
Resistência Armada do Araguaia - a realizar-se
nesta quarta-feira, dia 22 de maio, por solicitação da Deputada Jussara
Cony.
Em segundo lugar, para resgatar o significado
histórico da luta do Araguaia.
Vivíamos os tempos do terrorismo de estado do
governo Médici, do Ato Institucional n° 5, do fechamento do Congresso Nacional, da cassação dos mandados
e dos direitos políticos dos opositores. De total amordaçamento da Imprensa, de
perseguição aos Sindicatos, à UNE e à todas as formas de organização popular.
De prisão, tortura e assassinato dos opositores. Não restava qualquer espaço
para a luta democrática. A oposição nas cidades havia sido esmagada e os DOPS,
SNI, DOI-CODI, CENIMAR, OBAN, vangloriavam-se de haver eliminado qualquer
resistência.
Foi neste contexto, a 12 de abril de 1972 -
frente a mais uma investida das forças repressivas contra os camponeses do Sul
do Pará - que surgiram as Forças Guerrilheiras do Araguaia, tendo por bandeiras
as lutas pelas Liberdades Democráticas, pela Independência e pelo Progresso do Brasil.
Dirigidos pelo Partido Comunista do Brasil -
que aí atuava desde 1966, organizando a luta dos camponeses - e apoiados pelo
povo pobre da região, os guerrilheiros do Araguaia resistiram durante três anos
às diversas campanhas de cerco e aniquilamento que mobilizaram mais de vinte
mil homens das Forças Armadas brasileiras. Quase mil moradores da região foram
presos e torturados, na tentativa de isolar os guerrilheiros do povo. Poucos
morreram em combate. Na sua maioria, foram capturados vivos, torturados e
degolados. Seus cadáveres, mutilados, eram exibidos à população, para intimidá-la,
ou sepultados secretamente. No início de 1975, os militares haviam vencido essa
luta desigual.
Os comunistas mortos no Araguaia - como os
gaúchos João Carlos Hass, Humberto Bronca,
Cilon Brum e Paulo Rodrigues; como o comandante “ Osvaldão”, como a
dirigente da UNE Elenira Rezende, como o ex-deputado federal Maurício Grabois -
são heróis do PC do B e mártires do povo brasileiro. Preferiram perder a sua
vida a trair o seu Partido e os seus ideais. A Resistência Armada do Araguaia é
parte do grande patrimônio de lutas do indômito PC do B, que se orgulha em ter
mantido a luta contra a ditadura nos momentos mais difíceis.
Por isso, não podemos aceitar - neste momento
em que a grande imprensa traz à tona a Guerrilha do Araguaia e reconhece o
heroísmo e o destemor dos que foram à luta por ideais humanista - que os seus
cadáveres sejam utilizados política e
eleitoralmente por aqueles que renegaram esses ideais e o Partido pelo qual
eles deram a vida.
Neste sentido, tendo em vista a Moção da
Vereadora Maria do Rosário em solidariedade às vítimas do Araguaia, queremos
dizer - em nome dos milhares de filiados do PC do B em Porto Alegre - que não
reconhecemos a ela - que utilizou-se do PC do B para eleger-se, e depois o
abandonou - nem o direito, nem a autoridade moral para promover-se em cima dos
heróis do Araguaia! Poupe-nos de tal atitude. Os mortos do Araguaia exigem
respeito aos seus ideais e ao seu Partido! Muito obrigado.”
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
TRIBUNA
POPULAR
Hoje será usada pela Associação dos
Expositores de Sábado da José Bonifácio que sobre a manifestação dos
Expositores acerca do Projeto que oficializa o Brique de Sábado.
Fala em nome da Associação a Senhora Ada
Maria Ferreira.
A SRA. ADA
MARIA FERREIRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. ( Lê.)
“A feira de sábado da Av. José Bonifácio funciona das 9 ás 16
horas desde 1992, ocupando os canteiros centrais da referida avenida iniciando
na Rua Vieira de Castro (de fronte ao Colégio Militar) indo em direção da Av.
João Pessoa. É formada por expositores oriundos das extintas feiras do Menino
Deus, Florestas e outros.
O espaço foi autorizado pela SMIC por um
período experimental de 45 dias e com uma proposta de que após este período
seria feito um seminário de avaliação. A
SMIC não se manifestou e o seminário não ocorreu e a feira cresceu com
auto-gestão.
Somos 170 expositores ou trabalhadores
produtores de cultura e não ocasionamos nenhum tipo de transtorno à nossa
vizinhança, haja vista que até hoje não houve nenhuma reclamação ou incidente.
Mesmo assim, nos comprometemos em formalizar em uma regulamentação REGRAS DE
CONVIVÊNCIA entre moradores e expositores que atendam às necessidades e
interesses de ambas as partes, tais como;
- trânsito livre na Av. José Bonifácio
- Situar como área de uso da feira,
exclusivamente os canteiros centrais da Av. José Bonifácio.
- respeitar as normas de saúde pública, como
higiene, poluição sonora, e etc.
O espaço cultural da Av. José Bonifácio já
está consagrado como ponto de referencia para o cidadão porto-alegrense e para
os visitantes. A utilização deste espaço está extrapolando o dia de domingo,
visto a população que nos visita regularmente, aos sábados, Há quatro anos,
conforme um abaixo-assinado, com 3.500 assinaturas, apoiando a permanência da
feira de sábado.
O espaço alternativo que nos oferecem como a
feira da Cidade Antiga está há dois anos provando seu insucesso, visto terem
triado 500 pessoas e estarem com uma média de 20 expositores, apesar de todo o
apoio dos órgão oficiais.
Por que não podemos permanecer no nosso local
de trabalho onde temos obtido sucesso? E nos colocamos como alternativas locais
sem possibilidades para formação de um mercado de feira devido a sua
localização imprópria. Lembrem-se que somos oriundos de feiras extintas!
Estamos há quatro anos trabalhando, neste
espaço com respaldo da comunidade que nos freqüenta e nos prestigia,
transformando-o num MERCADO VIÁVEL onde 170 famílias obtém recursos para
manutenção ou para a complementação da renda familiar. Dessa forma, chamamos a ATENÇÃO para as pessoas
que têm o poder de tomar decisões, no sentido que não se cometa mais uma
injustiça contra os trabalhadores, retirando-lhes este espaço.
Num País onde há tanto desemprego e falta de
oportunidades, por que penalizar aqueles que encontraram um espaço para vender
o produto do seu trabalho?
O Projeto da Vera. Maria do Rosário não cria
e sim regulamenta um evento que já existe há quatro anos.
Por todo o exposto, Senhores Vereadores,
nossa solicitação é clara e objetiva: pedimos a aprovação do Projeto da Vera.
Maria do Rosário, que regulamenta a feira de sábado da Av. José Bonifácio que
existe há quatro anos, não de direito, mas, plenamente referendada pelos seus
freqüentadores. Muito obrigada.”
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Colocamos a palavra à
disposição de qualquer Liderança que desejar fazer uso da palavra sobre o tema.
Não havendo, nenhum manifestação sobre o tema ora em questão, informamos aos
Vereadores que o Projeto foi retirado da Ordem do Dia e, por força de
requerimentos havido no Plenário, ele se encontra na Comissão de Finanças e
Orçamento e na Comissão de Saúde, tendo em vista os questionamentos de que a
matéria também exigiria uma manifestação dessas Comissões e que o Projeto,
quando chegou à Ordem do Dia não tinha havido manifestação dessas Comissões,
razão pela qual eu determinei, na condição de Presidente da Casa, a retirada
desse Projeto da Ordem do Dia.
Queremos agradecer a presença da Representante
da Associação dos expositores e afirmar que a Casa sente-se suficientemente esclarecida. O Projeto já
mereceu amplos debates, bem como a apresentação de posições através do uso da
democrática Tribuna Popular, tanto do segmento ligado aos moradores, como ora
dos expositores que se manifestaram nesta oportunidade em Tribuna Popular.
Nós agradecemos a presença dos Srs.
Expositores e da Sra. Ada Maria!
Suspendemos os trabalhos para as despedidas.
(Os trabalhos foram suspensos ás 14h33min.)
O SR. PRESIDENTE
(às 14h 38min): Então reabertos os trabalhos.
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra,
em tempo de Liderança.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há um ano, num acidente de automóvel, durante
a madrugada, falecia o jovem Tiago Gonzaga, filho do Professor Regis Gonzaga.
Falecia num acidente de carro em que o automóvel bateu num “container” e, ao
que tudo indica, até hoje o inquérito não foi devidamente esclarecido, estava
irregularmente colocado sobre a via pública, o que resultaria uma
posterior regulamentação por parte da
SMOV e SMT, ainda que tardia, em relação à colocação dos “containers” nas vias
públicas de Porto Alegre. Falecia Tiago Gonzaga dois dias antes de completar 18
anos de idade. Mais um jovem que morria num acidente de trânsito num carro
conduzido por um outro menino com idade semelhante à dele, depois que haviam
passado por alguns bares da Cidade de Porto Alegre, certamente bebido algumas
cervejas e, deslumbrados com a velocidade, com o sonho do poder que dirigir um
carro acaba gerando em jovens, perdia a vida, perdia os seus sonhos e
constituía mais uma tragédia na vida de uma Cidade como Porto Alegre.
Eu não quero aqui falar da experiência de um pai que perde um filho,
que está muito bem registrado pelo Professor Sergius Gonzaga no prefácio deste
livro “Tiago Gonzaga” que está sendo lançado hoje à noite no Bar Opinião,
porque isso é experiência que certamente só quem viveu pode realmente sentir.
Mas como também sou pai de um menino de 18 anos, preocupa-me que jovens de 16,
17, 18, 20 anos perambulem pelos bares da Cidade, apesar de um legislação que
proíbe servir bebida alcóolica aos jovens, a ausência da polícia, do juizado de
menores, das próprias autoridades ligadas ao trabalho do Conselho Municipal de
Crianças e Adolescentes que permitem e deixam que se continue servindo bebidas
alcóolicas aos jovens. Há ausência e responsabilidade dos pais que emprestam os
seus carros aos jovens que não estão emocionalmente preparados para dirigir
esses carros, sobretudo depois de beberem, nós continuamos tendo jovens
morrendo nas madrugadas de Porto Alegre e nas madrugadas nas estradas do Rio
Grande do Sul e do Brasil. Compile-se, nos jornais de sábado, domingo e
segunda-feira de Porto Alegre, o saldo de mortes em acidente de trânsito, que
não é apenas enorme, mas é marcadamente de morte de jovens que vão às
festas e, no retorno, morrem em
acidentes estúpidos.
Para marcar a passagem desse primeiro
aniversário da morte de Tiago Gonzaga; Régis, a mãe do Tiago, a Diza e o
jornalista Dedé Ferlauto estão lançando de formal, a Campanha Vida Urgente,
hoje, a partir das 20 horas, no Bar Opinião. É uma sensibilização dos pais,
antes de tudo, porque a educação e a responsabilidade dos pais, em primeiro,
lugar, é que possibilita que os jovens tenham ou não acesso aos seus
automóveis, aos bares, à bebida e, eventualmente, à droga; em segundo lugar, é
uma sensibilização a nós que fazemos as leis, às autoridades de trânsito,
aqueles que respondem também pelos adolescentes, pelos menores e, se for
possível, pelos proprietários de bares e restaurantes, para que diminuam seus
lucros, seus ganhos criminosos, negando-se, de fato, a servir bebidas
alcóolicas aos jovens que não estejam devidamente identificados e demonstrando
a sua idade maior de 18 anos. Se é que ser maior de 8 anos diminui riscos dos
acidentes.
Essa campanha será lançada hoje à noite, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, e eu quero, não apenas fazer o registro, que é um
registro triste, como também o registro de uma expectativa. Quem sabe nessa
campanha e na institucionalização da Fundação Thiago de Melo, que o Régis está
encaminhando com os pais de outros jovens que já tiveram acidentes e que
morreram ou que ficaram aleijados para o resto da vida ou que conseguiram se
escapar incólumes, nós possamos diminuir? Se diminuirmos 1%, será já diminuir o
número de jovens que morrem no trânsito nas madrugadas de Porto Alegre e do Rio
Grande do Sul. Fica aqui a minha expectativa de que essa iniciativa tenha não
só o apoio da mídia, mas que também sensibilize a todos nós que vivemos a
questão da legislação para que, de uma vez por todas, o Congresso Nacional vote
o Código de trânsito deste País que está engavetado no Congresso Nacional.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Havendo
quórum, passamos á
PAUTA -
Discussão Preliminar
2ª SESSÃO
PROC. 1185/96 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N° 008/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
transforma em Unidade Territorial de Uso Misto a Unidade Territorial de Uso
Industrial n° 27 da UTSI 13 da Lei Complementar n°43, de 29 de julho de 1979, e
dá outras providências.
PROC. 1222/96 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N° 004/96, que institui o Código de Proteção contra Incêndio
de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. 1338/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO N° 027/96, que altera os artigos 1° e 4° da Lei n° 7733, de 28 de dezembro de
1995, ampliando os valores e alterando as condições da contratação da operação
de crédito autorizada pela referida Lei, e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC. 1235/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO N° 062/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina
Ruy Rodrigo Brasileiro de Azambuja um logradouro público localizado no Jardim
Veronese, Bairro Belém Novo.
PROC. 0992/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO N° 053/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera o art.
6° da Lei n° 7532, de 25.10.94, que autoriza o Executivo Municipal a conceder
vales-alimentação a funcionário efetivo e em comissão e servidores celetistas
ativos.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Raul Carrion está inscrito para discutir a Pauta. Desiste. Não havendo
mais inscritos, encerramos a discussão.
O Ver. Décio Schauren e a Vera. Helena Bonumá
solicitam Licença para Tratamento de Saúde.
(Foram aprovados os Requerimentos de Licença,
e dadas as posses a seus Suplentes, conforme consta da Ata.)
Registramos a presença no Plenário, do Dep.
Vieira da Cunha, a quem a Mesa saúda.
O Ver. Reginaldo está com a palavra, pelo
tempo de Liderança.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o dia de hoje registra, com muita
ênfase, uma circunstância do cotidiano da Cidade de Porto Alegre que certamente
haveria de merecer uma manifestação congratulatória da Casa, se não houvesse o
entendimento da maioria, determinando que fosse retirado do Regimento a
possibilidade do Voto de Congratulações, que se pretende restabelecido com a
proposta de reforma do Regimento Interno em tramitação na Casa. Este registro é
um fato que não passa despercebido dos porto-alegrenses, em especial, e, dos
gaúchos, em geral, com a transformação que começa a se patentear num importante
órgão de imprensa de Porto Alegre, “ Correio do Povo”, conforme anuncio de seu
Diretor-Presidente feito, aqui, nesta Casa, quando do transcurso de seu
centenário, começa nestes dias presentes a demonstrar de forma clara, que
ingressa, definitivamente, na ordem da modernidade empresarial, na área de
imprensa, esse órgão que já foi responsável pela inovação de conceitos na
imprensa de Porto Alegre, na medida em que entendeu de transformar o seu
formato de circulação, tradicionalmente, acompanhado jornais “standard” do
país, para um tablóide modernissimo, condensado, onde a informação é
prioridade; passa, nos dias presentes, a mostrar, pelas primeiras vezes, a nova
qualificação técnica de que está-se habilitando com impressão em cores, daquele
que é, indiscutivelmente, o mais tradicional jornal do Rio Grande do Sul.
Por isso, Sr. Presidente, não tendo outro
instrumento legal, regimental, senão aquele que nos faculta o Regimento da
Casa, estamos utilizando esta Comunicação de Liderança para esse auspicioso
registro, com o nosso entusiasmo de que, efetivamente, possa o “Correio do
povo”, agora, em vias de ser editado simultaneamente em três localidades do Rio
Grande do Sul, alcançar, audaciosamente, os seus objetivos: complementar a
impressão de 500 mil exemplares diários, e com isso se transformar num dos
jornais mais lidos de todo o território brasileiro.
É esse registro que faço, cumprimentando toda a
equipe de trabalho, equipe redacional, toda a
diretoria, e sobretudo a Direção do “Correio do Povo”, que ousou pensar grande e que, pensando, grande está
conseguindo, inteligentemente, credenciar-se cada vez mais, ao elogio, ao
aplauso da comunidade rio-grandense, em face de ser um jornal moderno,
qualificado, eficiente, com noticia
condensada, chegando diariamente aos lares de todos os 240 mil
rio-grandenses que, hoje,
comprovadamente, lêem esse matutino de
imprensa do Rio Grande do Sul. Agora, nós, com toda a confiança e, sobretudo,
com a maior das esperanças que, efetivamente, os próximos passos se confirmem e
que a edição a cores se consolide. Que a multiplicação para quinhentos mil
exemplares seja o próximo fato a ser por nós saudado desta tribuna. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. RAUL
CARRION (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no dia 10 de abril de 96, esta Casa aprovou de forma
definitiva, reconheceu, melhor dito, o direito de Bancada do Partido Comunista
do Brasil. Passados os 40 dias, nós ainda não temos a decisão da Mesa quanto ao
encaminhamento do Projeto, criando um único cargo que falta. Gostaríamos de
saber como se encontra.
O SR.
PRESIDENTE: Perfeito,
responderemos oportunamente, Vereador.
O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra, para
uma Comunicação de Liderança.
O SR. LUIZ
NEGRINHO: Sr.
Presidente e Srs, Vereadores, enquanto não for tomada uma providência no
sentido de dar segurança ao Bairro Cristal, virei sempre a esta tribuna para
denunciar.
Na sexta-feira, às 14 horas, estava eu
limpando a minha calçada, quando um ônibus, na frente da minha casa, onde foi
colocada uma parada, foi assaltado. Assisti ao
assalto e, por incrível que pareça, os meninos, que já denunciei, já
disse onde eles estavam, passaram por mim e os três meninos apontaram a arma, o
mais velho não tinha mais do que quinze anos. Eram 14 horas de sexta-feira, à
luz do dia! Assim está o meu Bairro. Dois garotos que trabalham comigo, na
obra, reconheceram os meninos, e hoje já não foram mais trabalhar com receio de
que fosse feita uma denúncia e eles fossem revidados, porque moram também na
vila. Não sei mais a quem recorrer, a quem pedir providências. Espero que na
próxima reunião de Mesa nós aqui da Câmara, principalmente os membros que
compõem a Mesa, levemos adiante a possibilidade de fazer uma reunião com o
Secretário de Justiça e definir, no mínimo, a segurança para o Bairro Cristal,
que está à mercê dos bandidos. Eles brincam com as armas. Trago testemunhas que
estavam na frente comigo, que nós não acreditávamos que tivesse sido assaltado
um ônibus naquele momento. Basta ver o registro na 20ª Delegacia, onde foi
feita a ocorrência. Está assim, à luz do dia, e nada está sendo feito. Estão
esperando o quê? Mortes após mortes, e nada está sendo feito no Bairro Cristal.
Quem será a próxima vitima? Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Passamos à
ORDEM DO DIA
VOTAÇÃO
PROC. 1704/93 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N° 021/93, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera
a Lei Complementar n° 12/75 ( Código de Posturas), e dá outras providências.
Com Emendas n°s 01 e 02.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta:
pela rejeição do Projeto e da Emenda n° 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. Airto
Ferronato: pela aprovação do Projeto e da Emenda n° 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas:
pela aprovação do Projeto e da Emenda n° 01;
-
da COSMAM. Relator Ver. Guilherme
Barbosa: pela rejeição do Projeto e da Emenda n° 01.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA art. 82, § 1°, I, da LOM;
- adiada a votação por duas
Sessões.
O SR.
PRESIDENTE:
Requerimento, de autoria do Ver. Raul Carrion, solicitando o adiamento da
discussão do PLCL n° 21/93 por uma Sessão. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. ( Pausa.) APROVADO.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Requerimento): Sr. Presidente, à folha 9 da Ordem do Dia tem a votação do Processo
1285, Recurso de autoria do Ver. Henrique Fontana e outros, à instalação da
Comissão Parlamentar de Inquérito, deferida em 30 de abril e instalada em 7 de
maio. O Parecer do Ver. Reginaldo Pujol conclui pelo arquivamento do presente
Requerimento.
Sr. Presidente, examinando a Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, em seu artigo 59, que trata da instalação de
Comissões Parlamentares de Inquérito e define os poderes das CPIs, e nosso
Regimento em seus artigos 66,67,68,69,70,e 71, em Questão de Ordem, eu requeiro a V. Exa. a retirada da votação desse Requerimento da Ordem do
Dia da presente Sessão, por falta absoluta de embasamento legal. Em nenhum
dispositivo do nosso Regimento e da Lei Orgânica Municipal há qualquer guarida
para que esse tipo de requerimento. Esse Recurso que foi apresentado visando a
não instalação da CPI perdeu completamente a sua própria essência, pois a CPI
não só está instalada como está em plena atividade. Por falta de embasamento
legal, requeiro a V. Exa., com base no Regimento e na Lei Orgânica, a retirada
da Ordem do Dia do presente recurso.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa informa a V. Exa. que, com fundamento no artigo 80 da Lei Orgânica
Municipal e 99 do Regimento Interno, acolheu o Recurso, que é ato legal,
previsto contra a decisão, sujeito à decisão do Plenário, decisão de ato da
Mesa, da Presidência ou das Comissões. No caso, da decisão da Presidência,
houve recurso, baseado exatamente nesses dispositivos da Lei Orgânica e do
Regimento interno, deferiu o recurso, com a ouvida da Comissão de Justiça,
conforme manda o artigo 99 do Regimento, Conseqüentemente, tanto a Lei
Orgânica, no seu artigo 80, como o Regimento no seu artigo 99, determinam a
remessa do recurso ao Plenário. É o que faz com que este Recurso, neste
momento, esteja na Ordem do Dia, na Sessão de hoje, legalmente apregoado nas
suas 48 horas. Portanto, indefiro o requerimento de V. Exa.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Exa. não só imediatamente indeferiu como V. Exa.,
pela Questão de Ordem apresentada deverá responder a este Vereador até pela
condição de ex-Presidente da Casa. V. Exa., como Presidente da Casa, poderia se
opor e indeferir a instalação da CPI assinada por 1/3 de Vereadores da Câmara
Municipal?
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa solicita a V. Exa. que formule os questionamentos por escrito, conquanto
nem vai dialogar com V. Exa. mesmo respeitando V. Exa. como ex-Presidente e
como um dos trinta e três Vereadores integrantes deste Plenário. A Mesa deferiu
o pedido de constituição de Comissão de Inquérito tendo em vista que houve o
preenchimento de todos os pré-requisitos legais, recebeu o recurso previsto no
Regimento e o encaminhamento à Comissão de Justiça que sobre o mesmo deveria se
manifestar e trouxe ao Plenário, conforme manda o Regimento e a Lei Orgânica.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA (Questão de Ordem): Presidente, este Recurso que vamos votar é o Recurso do Ver. Henrique
Fontana conforme está na fl. 09, na Ordem do Dia, ou nós vamos votar o Parecer
da Comissão de Justiça?
O SR.
PRESIDENTE:
Conforme as experiências em nosso poder vota-se o Recurso.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA:
Recurso cabe quando há uma posição contrária da Presidência, da Mesa ou das
Comissões. É isso? O que diz o art. 99?
O SR. PRESIDENTE: Não é isso. O Recurso é um
meio de provocar no Plenário a modificação de decisão tida como desfavorável
por ato da Mesa da Presidência das Comissões.
A Mesa vai dar todas as questões de ordem,
vai ouvir os requerimentos, mas não vai dialogar com nenhum Vereador.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA (Questão de Ordem): A minha dificuldade em compreender V. Exa. é que se este Recurso que
estaríamos votando é do Ver. Henrique Fontana, e como o art. 99 diz que foi uma
decisão da Mesa da Presidência das
Comissões, não se tem decisão, porque a instalação de uma CPI não necessita da
decisão da Presidência, na medida em que foram atingidos os três objetivos que
o art. 68 proclama.
O SR.
PRESIDENTE:
Vereador, esclarecemos a V. Exa. que, no processo da CPI, há duas deliberações
da Mesa. Esta Presidência lerá a V. Exa. os despachos. Houve um despacho, na
fl. 3, deferindo... Neste momento, não temos os autores da CPI, que estão com o
Relator e com o Presidente da CPI. Não
dispomos desses elementos e até solicitaríamos a V. Exa. que os fornecesse para
que todos os Vereadores tomassem conhecimento de quais eram os despachos
deferitórios ou indeferitórios.
O Sr. Fernando
Záchia (Aparte anti - regimental): Então, vamos suspender a Sessão...
O SR.
PRESIDENTE:
A Presidência não irá interromper a Sessão, porque não há motivos para tal. Já
indeferimos o Requerimento do Ver. Dilamar Machado, já votamos o Requerimento
de adiamento de votação de autoria do Ver. Raul Carrion.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 0905/94 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N° 012/94, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que
dispõe sobre a construção de salas para cinema e teatro em Centros Comercias do
Município de Porto Alegre. Com Emendas n°s 01,02,03,04 e 05.
Pareceres
- da CJJ.
Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto e das Emendas n°s 01,02,
e 03; Relator Ver. Reginaldo Pujol; pela aprovação das Emendas n°s 04e 05;
-
da CEFOR. Relator Ver. Antonio
Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e das Emendas n°s 01 e 03, e pela rejeição
das Emendas n°s 02, 04 e 05;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Clovis
Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto e das Emendas n°s 01,03,04 e 05, e pela
rejeição da Emenda n° 02;
-
da CECE. Relator Ver. Décio
Schauren: pela aprovação do Projeto e das Emendas n°s 01,03,04 e 05, e pela
rejeição da Emenda n° 02;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Milton
Zuanazzi: pela aprovação do Projeto e das Emendas n°s 01,03,04 e 05, e pela
rejeição da Emenda n°02.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA, art. 82, § 1°, I, da LOM.
O SR.
PRESIDENTE:
Neste momento, colocamos em votação o PLCL n° 012/94. A Mesa defere o
Requerimento o pedido de destaque ao art.5°, formulado pelo Ver. Lauro
Hagemann.
Em discussão o PLCL nº 12/94,o Ver. Antonio
Hohlfeldt está com a palavra para discutir.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. No mérito o Projeto do nobre Ver. Lauro
Hagemann é extremamente importante e positivo para a Cidade de Porto Alegre. o
que pretende o Vereador é garantir a criação de salas de cinema nos “shopping”
a serem construídos em Porto Alegre, e também a construção de salas para
espetáculos teatrais, que têm exigências arquitetônicas e de engenharia
absolutamente diversas das salas de cinema, também relativas aos “shopping
centres “. A opção entre salas para cinemas ou para teatro é o dimensionamento
do centro comercial a ser construído. Centros menores seguirão a regras que já
existe, na prática, na Cidade de Porto
Alegre, que modificou, inclusive, o público cinematográfico de Porto Alegre,
recuperando parte do público através de garantia de uma certa segurança, em
relação àquele público que freqüenta o “shopping center” e que tem, na garantia
do estacionamento do seu automóvel e do acesso ao cinema, a segurança até para
a sua integridade física nas sessões noturnas, na medida em que existe todo um
complexo que lhes dá essa garantia.
Por outro lado, a previsão de salas de teatro
é uma política extremamente importante para Porto Alegre. Sabidamente os
centros comerciais de certa maneira descentralizaram os pólos de comércio na
Cidade, em conseqüência, descentralizaram também, e a até substituíram e
recolocaram os centras culturais, que tange a cinemas. Historicamente cinemas
da Zona Norte, cinemas da direção da Zona Leste foram fechados ao longo dos
anos, até pelas suas grande dimensões, com mais de 400, 500, 700, mil poltronas
que, evidentemente, a nova configuração do cinema, com o advento da televisão,
não possibilitava mais. Esse acontecimento ocorre, por exempto, na França, a
partir dos anos 70,e a saída encontrada pela indústria cinematográfica francesa
foi a subdivisão das grandes salas em pequenas salas com em torno de 200
lugares, fenômeno a que também assistimos em Porto Alegre, bastando lembrar,
por exemplo, o Cinema Baltimore, que foi subdividido em 4 salas.
Até mesmo o primeiro cinema de um “shopping
center” que é o da Azenha, que era um grande cinema, o Cinema Center, foi
subdividido em 3 salas, que hoje estão atuando. A criação dos cinemas nos
“shoppings” já obedeceu essa regra. Temos diferentes dimensões de cinemas, às
vezes com 600 lugares, às vezes com 200 e até com menos lugares. A própria Casa
de Cultura Mário Quintana, e num projeto que se atrasa e se arrasta, a Usina do
Gasômetro, com o cinema que ali está previsto, também esperam a criação de
salas com em torno de 200 lugares. Não mais do que isso, que é um público
adequado à realidade de hoje dos lançamentos cinematográficos, na medida em que
a indústria de cinema já produz não apenas visando à sala de cinema quanto à
própria televisão. Boa parte dos filmes, hoje, são produzidos diretamente para
a televisão e não para salas de cinemas.
A novidade do Projeto do Ver. Lauro Hagemann
é uma novidade que se reclamava há tempos: de pendendo da dimensão do
“shopping”, garantir que não se tenha apenas um cinema, que é um investimento
relativamente barato num contexto de um complexo de um “shopping”, mas que se
tenha um teatro. É hábito dos jovens ir ao “shopping”, é hábito dos adultos,
especialmente das senhoras, nos dias de semana, ir ao “shopping”. É justo que
durante esse período em que as mães fazem compras, as crianças pudessem ter uma
alternativa, aquela mesma alternativa que muitos de nós tivemos, quando íamos
cortar o cabelo na Renner e ficávamos vendo o cineminha projetado na barbearia,
uma verdadeira novidade na sua época. Colocaram espetáculo de teatro infantil durante
os dias de semana à disposição do público do “shopping”, ou ter um espetáculo
de teatro infantil ou adulto da mesma forma que a sessão de cinema num
“shopping center”, é fundamental.
O Projeto é importante. Tenho dúvida quanto
às Emendas, Ver. Clovis Ilgenfritz, com toda a lisura. O aumento das dimensões
praticamente inviabiliza o Projeto do Ver. Lauro Hagemann. Ou nós seguimos a
linha do Projeto, e eu serei favorável a ele, ou realmente, com as Emendas do
Ver. Clovis Ilgenfritz nós vamos fazer uma lei para não ser aplicada em Porto
Alegre. nenhum “shopping” tem as dimensões previstas para uma aplicação dentro
das duas Emendas . Então, a minha discussão é exatamente para provocar este
debate com o Ver. Clovis Ilgenfritz no sentido de que o Projeto é bom para a
Cidade, mas as duas Emendas praticamente inviabilizam o Projeto. Se aprovadas as Emendas, nós vamos votar uma
coisa que não tem o menor sentido em
Porto Alegre. Vamos votar para não aplicar e é para isso que quero chamar a
atenção dos Senhores Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Jocelin Azambuja é o próximo orador.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Parece-me que o Ver. Lauro Hagemann está
bem-intencionado com o seu Projeto. A questão toda é como executá-lo, e o
perigo, também, da tese defendida pelo Ver. Lauro Hagemann, e de nós impormos a
determinados setores da Cidade condições que não terão como implementar. Por
exemplo, a expressão, “centro comercial no Município de Porto Alegre”. Nós
temos uma qualidade muito grande de centros comercias. Nós temos centros
comercias no Bom Fim, na Azenha, na Independência, que são apenas conjuntos de lojas comercias que
não têm a características dos “ shopping centers”, que é outro tipo de centro
comercial. Se a intenção do Ver. Lauro Hagemann era dirigida aos “shopping”,
teria que ter uma outra redação o Projeto.
Agora, no momento em que fala em centro
comercial, ali na Mostardeiro, por exemplo, tem um centro comercial que é um
prédio que talvez tenha mais da metragem que o Ver. Clovis Ilgenfritz colocou
em suas Emendas; é um edifício comercial, denominado centro comercial, onde há
consultórios médicos, dentários e outras áreas de atividades e no primeiro e no segundo andares existem lojas
comerciais. Imaginem aquele centro comercial ser obrigado a colocar um cinema
ou dois teatros. Inviável para aquele tipo de empreendimento, porque o seu
objetivo tem outra natureza, bem definida.
Então, parece-me que o Projeto do Ver. Lauro Hagemann não tem como ser executado ou, então, nós podemos gerar um problema sério em Porto Alegre, porque vários prédios de Porto Alegre têm a denominação de centros comerciais. Eu não sou especialista na área de urbanismo, arquitetura, engenharia, eu não quero cometer um erro. Há dezenas de centros comerciais em Porto Alegre, que não têm a característica de um “shopping center”. Os “shopping centres”, tanto da Azenha ou Iguatemi ou do Praia de Belas, têm salas de espetáculos para cinema e para teatro. Já estão contemplados; já é da natureza dos projetos. Agora, aos demais centros comercias, nós estamos querendo impor uma forma que inviabiliza a utilização desses centros comerciais. na Azenha - no meio da quadra - há um centro comercial, sem ser o da João Pessoa, parte térrea e parte superior. Imaginem aquele centro, que tem lojas pequenas, obrigado a colocar um cinema. Eles mal conseguem manter as lojas que têm. Na Avenida Independência há três; na Mostardeiro, há dois; e assim vai.
Parece-me que o Projeto, se quis dirigir-se a
uma área dos “shoppings centers”, deveria ser claro nessa denominação. A
expressão “centro comercial” deixa muito aberta, a não ser que haja
esclarecimentos técnicos que me deixem esclarecido a respeito. Eu sinto
dificuldades de votar favoravelmente, na forma como está a não ser que eu tenha
um esclarecimento técnico que me permita ver que nós não vamos estar cometendo
um grande erro com os estabelecimentos comerciais de Porto Alegre, no afã de
prestigiar a cultura, que é tão importante para todos nós. Nós não podemos
escorregar nessa questão técnica de, de repente, inviabilizar os outros
projetos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. João Dib está com a palavra para discutir.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, “a implantação, manutenção e administração das
salas de cinema e teatro prevista na Lei Complementar será de responsabilidade
da administração de cada Centro Comercial.” Isso me parece um óbice para que
novos “shopping centers” sejam construídos nesta Cidade, porque a área para
fazer o teatro me parece absolutamente simples: x m².
O Sr. Antonio
Hohlfeldt:
V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Existe um parágrafo
imediato que diz que o poder público pode firmar a gestão e a co-gestão. Essa é
a idéia importante e positiva.
O SR. JOÃO
DIB: Nobre
Vereador, agradeço o aparte de V. Exa., mas fico com o “caput” do artigo,
porque o poder público não vai, provavelmente, entrar nessa aventura de receber
uma área para ali fazer todas as instalações necessárias para se fazer um
teatro. É uma medida extremamente perigosa. Eu, se fosse Prefeito, não entrava
nessa história; basta ver o problema do Teatro Leopoldina que vem-se enrolando,
enrolando e não se resolve nunca. Isso que é um Teatro que, usado em sua
capacidade plena, tem validade econômica. Dentro dos “shopping centers” pode
haver um teatro, mas não às expensas de quem faz a obra, porque a Lei diz o
seguinte; “implantação, manutenção e administração”. A administração de um
“shopping center”, de um centro comercial se faz de forma diferente. Não há
condomínio e, sim, uma participação sobre o movimento econômico. Acho
extremamente difícil. Esse processo não entrou hoje; entrou em 94. Deveria
haver um pouco mais de reflexão sobre ele. Que coubesse, ao menos, o
adiantamento por 2,3,ou até 5 Sessões, para que algumas coisas fossem
esclarecidas. Eu confesso que fui pego de surpresa pela colocação dele na Ordem
do Dia, já que eu sabia que muitas pessoas estariam falando em cima desse
Projeto de Lei, e aqui eu só vejo que estão colocados pareceres da Comissão. E
muitas vezes nós não entendemos; bem o assunto e eu acho então que seria
válido, no mínimo, um adiamento por uma ou
duas Sessões da discussão desse Projeto de Lei. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra e cede o seu tempo ao Ver. Antonio
Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu quero responder a duas questões levantadas
aqui. Ao Ver. Jocelin Azambuja, esclarecer que “shopping center”, ou centro
comercial, é exatamente a mesma coisa. A diferença, ou a marca, utilizada pelo
Projeto do Ver. Lauro Hagemann é exatamente a dimensão. Que ele seja um prédio
único, especifico, monolítico, ou seja a distribuição de espaço em galerias, ou
coisa parecida, é o que menos interessa, o que interessa é que ele tenha dez,
ou quinze mil metros quadrados de construção. E vejam os Senhores que só o
Iguatemi, com a ampliação, vai chegar a isso. Com todo o seu tamanho fantástico
o Praia de Belas não teria obrigatoriedade necessária do teatro, ficaria com o
cinema, o que alias já fez.
Em segundo lugar o que eu quero trazer à discussão, na intervenção feita anteriormente pelo Ver. João Dib, é de que a Prefeitura tem aqui uma grande vantagem, se quiser investir em cultura, e não falo de uma administração específica, falo do Poder Público Municipal, como um todo, que é exatamente já ganhar o que é mais caro, que é a grande infra-estrutura da construção do prédio. O que ele vai ter que fazer depois é a implantação aos complementos internos do prédio que faz com que o espaço seja um teatro e não seja, por exemplo, um auditório, que tenha eco, que tenha determinadas estruturas, que, realmente, permitam que o ator tenha profundidade de cena, que tenha saídas laterais, que tenha camarins e que transforme isso num lugar digno, possível de fazer um espetáculo.
O Sr. João
Dib: Vossa
Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, o que
leio aqui no inciso II, do parágrafo 1°, do artigo 1° é um cinema e um teatro
com capacidade não inferior a 150 lugares cada um nos caso em que haja área
comercial construída compreender de 10 a 15 mil metros quadrados.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Todos os centros comerciais de Porto Alegre, Ver. Dib, saíram pelo mais barato.
Saíram com dois cinemas, no mínimo. V Exa., não tem nenhum centro comercial
hoje em Porto Alegre que não tenha, no mínimo, 02 cinemas. A infra-estrutura
básica do prédio, Ver. Dib, é a mesma para um cinema e para um teatro. O único
cuidado que tem que ter é da estrutura interna desse espaço que, no caso de um
teatro, existe um pequeno palco, numa altura relativa ao espaço onde vai ser
colocado as cadeiras ou poltronas, tem que se cuidar um pouco mais a questão do
eco porque não vamos ter equipamentos eletrônicos de caixas acústicas e muito mais, Ver. Dib, hoje a
indústria cinematográfica trabalha com equipamentos computadorizados. Se V. Exª
chegar no Iguatemi ou no Praia de Belas, há uma central computadorizada, nós
não temos mais projetos, como nas centrais de São Paulo, que um único
projetorista faz o controle das 4 salas
sem maiores problemas. Se tivermos um cinema e um teatro, nós temos que ter uma
equipe especifica para cuidar do teatro, diferentemente dos cinemas, que são
trabalhos absolutamente diversos. O que quero chamar a atenção é que se a
Prefeitura já vai ter uma vantagem, que é ganhar uma infra-estrutura pronta e
não investir. V. Exa. sabe que o problema do antigo Teatro Leopoldina ou OSPA é
outro problema. É briga porque os descendentes não aceitam as condições de permuta e encaminhamento que a Prefeitura
quer fazer. Eles ganharam um monte de coisas e não cumpriram a sua parte que
era no mínimo, concluir o prédio e continuam explorando a parte de cima do
prédio sem devolver ao Poder Público e à Cidade aquilo que deveriam ter
devolvido. Há uma evidente má fé da família Satto em relação aos encaminhamentos daquilo que assumiram, quando aqui
na Casa se fez modificação do Plano Diretor para garantir a implantação do
teatro e que até hoje não foi plenamente implantado exatamente por isso e o
prédio não foi acabado. É diferente do interior de um “shopping center” onde
essa infra-estrutura vai estar pronta e acabada.
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Airto Ferronato se inscreveu e cedeu o seu tempo com a concordância do
Ver. Raul Carrion.
O Sr. Luiz
Braz: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. diz que não temos
nenhum “shopping” dentro da Cidade que não tenham pelo menos duas salas de cinema,
quero apenas fazer uma pequena correção, nós temos o “Shopping” Nova Olaria que
tem menos do que 5.000 m² e tem duas salas de cinema.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Duas excelentes e melhores salas de Porto Alegre e assim V. Exa. me dá mais
força no meu argumento. Na verdade cinema não dá despesa, é investimento com
retorno fantástico. Um teatro competentemente e inteligentemente administrado
será igualmente motivo de retorno, é fazer como em qualquer investimento na
regra capitalista, investir num determinado tempo e aguardar.
O Sr. João
Dib: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, o art. 2° diz
que a implantação, a manutenção e a administração das salas de cinema e teatro
. . .
Quero dizer que há poucos dias eu li na “Zero
Hora”, no domingo anterior, que eu havia dito, como Prefeito, que apenas 25%
dos lugares oferecidos eram ocupados pelos amantes de teatro, na Cidade. E aí
eu digo que não se trata apenas da parte física, de construir, mas a manutenção, administração dessa área é bem
diferente daqueles que fazem cinema. Veja que no sistema capitalista, estamos
falando nele, procura atividade capaz de atrair pessoas, no caso, cinema;
agora, teatro parece não ser, pelas estatísticas. Estou dizendo isso, porque li
na “Zero Hora”, que eu teria dito isso em 84, 85, só esqueceram de dizer que eu
tentei ajudar a fazer o Teatro Municipal, que teria viabilidade como um teatro,
para colocar 700, 800 ou mil pessoas.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Aí é que está o problema, Ver. Dib, da mesma forma que o cinema, nós não
precisamos de grandes teatros, nós precisamos de pequenos teatro de
espetáculos, onde nós criamos o hábito de ir ao teatro, a partir da criança, o
ideal é nos “Shopping Center”, onde estão as crianças. Temos que criar o hábito
da mesma forma que ele vai comprar bala, tomar um chope, vai comer a merendinha
no Mac Donalds, ou coisa parecida ele vai no teatro infantil que dura 45min,
50min. Essa é a diferença, essa é uma política de fato se quisermos
descentralizar e popularizar a arte do teatro. Uma vez implantado esse hábito
na gurizada nós teremos também o público adulto. Vamos relembrar o Teatro de
Câmara de Porto Alegre, criado pelo
Prof. Thompson Flores, está aí a Administração Municipal hoje cuidando de
renovar a urdidura do teatro, aquele teatro foi calculado para durar 10 anos,
era um grande galpão, ele tem 25 anos de existência, tem uma história de
produção teatral em Porto Alegre e ainda vai ser renovado para ter, quem sabe
lá, mais 10, ou 15 anos - se o cupim
não acabar com ele antes - de serviços a Porto Alegre.
Está aí um excelente exemplo, um teatro mal
localizado geograficamente, numa rua escura, que nem sempre tem segurança, e
ainda assim com pequenas modificações ele tem cumprido uma história fantástica
na cultura de Porto Alegre. O que temos que definir é o que temos de fazer.
Podemos dizer que não tem público para teatro, não vamos fazer teatro. Podemos
entrar nesse círculo vicioso, ou podemos dizer que se não tem público vamos
provocar esse público, vamos dar o máximo possível de espaços para o teatro, e
vamos promover o teatro. Vejam que Centros Comerciais estão levando o teatro para os espaços das
galerias, o Iguatemi, o Praia de Belas
e o DC Navegantes, têm feito espetáculos nos finais de semanas nos
corredores porque não têm salas, o que estamos tentando é criar salas para
espetáculos, não eventuais, mas permanentes, não no fim de semana, mas todos os
dias. Espetáculos pela manhã e à tarde, as escolas serão levadas onde poderão,
com uma administração cuidadosa, ir com ingresso pré-pago. Uma produção fica
extremamente barata se eu tiver a garantia de um público viabilizado pelas
escolas num lugar barato para ser mantido, e vai ter a garantia da bilheteria
que vai ao longo do tempo se sustentar. Uma temporada de teatro infantil dura
6, 15 semanas, hoje, quando não tiver sol, porque quando tem sol a criança vai para o porque, quando
chove ela vai para o teatro, essa é a regra. Eu sei falar disso, porque esse é o meu mundo no final de semana.
Para variar nos sábados e domingos, eu estava lá nas estradas dos teatros
infantis, nos novos espetáculos. A regra é pacífica, sai sol, o teatro fica
vazio; quando chove o teatro enche, porque são as opções dos pais. Crie-se um
teatro diário, barateando o espetáculo, a temporada vai, de fato, estender- se,
você vai criar o hábito e o público. É excelente o Projeto do Ver. Lauro
Hagemann. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Raul Carrion está com a palavra.
O SR. RAUL
CARRION: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, vamos fazer um encaminhamento breve, apoiando a
meritória iniciativa do Ver. Lauro Hagemann. Mas por tudo o que já foi dito
aqui, o que me dispensa maiores comentários, na verdade a nossa discussão se dá
em cima de uma proposta, uma subemenda à Emenda 3, do Ver. Antonio Hohlfeldt,
onde é sugerida - no art. 2°, da Emenda 03 a substituição da expressão “cinco
representantes do meio cultural da Cidade”, pela expressão “três representantes
da artes cênicas e dois representantes da área cinematográfica”.
Após, no parágrafo segundo, o Ver. Antonio Hohlfeldt
propõe que os dois representantes da área cinematográfica serão indicados,
respectivamente, pela APTC, e pela entidade representativa dos exibidores locais. Qual é a deficiência que
nós sentimos? É que não estão representados nessa Comissão, os trabalhadores da
área cinematográfica que possuem o Sindicato dos Operadores Cinematográficos. A
nossa proposta será no sentido de ampliar os dois representantes da área
cinematográfica para três, sendo que o terceiro será um representante do
Sindicato dos Operadores Cinematográficos.
Estamos encaminhando, por escrito, esta Emenda, solicitando a dispensa dos Pareceres
das Comissões para agilizar, e encaminharemos à Mesa. Esse é o nosso apoio ao
Projeto, e a inclusão do representante dos trabalhadores cinematográficos que
não existe nessa Comissão. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto do Ver. Lauro Hagemann tem mérito.
Acompanhamentos,
atentamente, a sua discussão. A assessoria do meu gabinete com a assessoria do
gabinete do Ver. Lauro Hagemann trocaram várias informações, entendi que
tínhamos chegado a um acordo, com relação à questão das áreas, Por isso,
fizemos emendas no sentido de contribuir para que o Projeto fosse aprovado e
não viesse a ser motivo de Veto por parte da Prefeitura. Inclusive, com o aval
do setor competente, no caso o Planejamento - SMOV, assim como o setor da
Secretária de Cultura. Os cinco Pareceres constantes do Processo, há quatro
Pareceres, completamente, de acordo com o Projeto e com as duas Emendas que
este Vereador fez. Aliás, as cinco Emendas estão sendo aprovadas, com exceção
do Ver. Antonio Hohlfeldt que relatou em nome da CEFOR e que aprovou algumas
emendas, deixando fora a Emenda n° 2. A Emenda de n° 5, a mais fácil de ser
assimilada - tenho a certeza de que o Ver. Lauro Hagemann e mesmo o companheiro
Gutierrez, que trabalha nesta área e é profundo conhecedor do assunto, não
teriam grandes objeções - , porque essa
Emenda trata de eliminar um artigo que é desnecessário; como dizem os
advogados; é despicienda. Por outro lado o artigo 3° está repetindo, praticamente,
o que já está garantido na Lei 43, de 79, no Artigo 170, que essas áreas não
são computáveis. Eu entendo que o Ver. Antonio Hohlfeldt não poderia ter uma
posição diferente, tal é a sua tradição de defesa das casas de cinema e de
teatro, mas tem que ser feita uma diferença entre cinema, que é bem mais
simples a casa de espetáculo, e teatro, que já tem todo um envolvimento, como
ele mesmo falou. Inclusive um teatro que não tenha camarins, que não tenha
sanitários próprios, os elementos para cenário, salas de depósito, é bem mais
dispendioso. E, aí nós estávamos achando que isso poderia inviabilizar o
processo, não que não queríamos, e já foi dado exemplo, aqui, o Shopping Rua da
Praia não tem os 30 mil, o Shopping Olaria também não tem e têm casas de
cinema.
Agora, para teatro, já é um investimento
mais complicado. Investir na cultura não é só exigir que o investidor
imobiliário ou um investidor de um Shopping Center venha a ter obrigação de
fazer salas do tamanho que foram solicitadas, se o investimento não for
compatível. Proporcionalmente, seria um ônus muito forte para o investidor. Por
outro lado, ele vai jogar de volta para a Prefeitura, no caso, os encargos e
vai querer fazer, o que está previsto na Lei, também, no artigo 2°, Parágrafo
1°, sobre a questão da co-gestão.
Então, nós queríamos dizer
ao Ver. Lauro Hagemann, que apoiamos a Lei, mas apoiamos com as Emendas que
propusermos e estamos abertos, uma vez que vai haver um pedido de adiamento, a
verificar novamente estes números, até, porque podemos esclarecer se são áreas
computáveis para que estes números
fiquem mais legitimados no Projeto.
Eu agradeço a tolerância da
Mesa e encerro Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra, para discutir.
O SR. LAURO
HAGEMANN:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Aguardei até agora para discutir este
Processo, porque queria ver a reação dos demais Vereadores.
Embora o Projeto esteja
rolando na Casa há muito tempo - é um Projeto do Ver. José Alvarenga, que não
pôde concluí-lo por ter terminado o seu mandato - retomei o Projeto e fiz
algumas alterações, e estamos procedendo a essa discussão. Devo dizer que
pretendo que ele seja votado este ano ainda, no primeiro semestre, para que se
possa começar a regulamentação desse Projeto, porque a previsão é de 120 dias,
e as negociações estão em andamento. Quero responder, com isso, ao Ver. Dib,
que não estamos empurrando nada goela abaixo dos proprietários de “shopping”.
Estamos negociando. Há um entendimento de que se pode chegar a um denominador
comum, porque o óbice principal é o levantado pelo Ver. Dib, isto é, quem vai
arcar com as despesas do condomínio. Hoje estamos vendo no noticiário que cada
dia mais novos “Shopping Center”, estão sendo constituídos na Cidade. É um
espaço novo, diferente. Então, o Ver. Hohlfeldt já disse tudo o que deveria ser
dito a respeito da necessidade, da utilidade dos teatros em “Shopping Center”,
o que eles significam em termos de negócios para os “Shopping Center”.
Também já foi respondida a
questão do Ver. Jocelin: “Shopping Center” é a tradução de “centro comercial”.
Ele pode ficar tranqüilo que, no Projeto, os pequenos centros comerciais não
estão atingidos por essa medida. Só os grandes, as grandes metragens. Tanto é
que isso é o que se discute hoje aqui, se é para mais de 10,15,ou 5 mil metros.
Os pequenos centros comerciais não vão ser obrigados a cumprir isso. Atendendo
às ponderações de vários Vereadores, estou pedindo o adiamento do
prosseguimento dessa discussão por mais duas Sessões. Tenho toda a abertura
para que se discuta, e que a Cidade tenha esse novo entendimento a serviço da
cultura, nós queremos que os muitos grupos de trabalho tenham um local para
poderem exibir os espetáculos.
O Sr. Antonio
Hohlfeldt: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Tanto São Paulo, como o Rio de Janeiro, em todos aqueles teatros que
estavam ligados ao Ministério da Cultura tiveram um edital repassando-os aos grupos de teatro destas Cidades, tendo
um sucesso fantástico. Os teatros, com isso, estão sendo viabilizados. O que o
poder Público não podia fazer, os grupos particulares de teatro estão fazendo
com um sucesso incrível. Os grupos têm sede para ensaios, para a produção e,
ainda, relocam para outros grupos, sendo que a atividade é permanente.
Realmente, se tivermos esses espaços, e se eles puderem ser repassados à
Prefeitura, esta poderá repassar a grupos locais, que têm reivindicado prédios
históricos que pudessem transformar na sua sede. Temos aí uma alternativa de
viabilização da produção teatral em Porto Alegre.
O SR. LAURO
HAGEMANN:
Acho que podemos chegar a um bom entendimento com os dirigentes e proprietários
dos “Shopping Center” a respeito dessa questão.
Temos que apostar nessa
ousadia, no sentido de proporcionar esse retorno social à Cidade por parte
daqueles que estão construindo “Shopping Center” por todos os cantos. Por
exemplo, hoje está anunciada a construção do maior “Shopping Center” de Porto
Alegre. Eles são hoje os novos centros de atração social em nível de cinema,
teatro, comércio, música. O Zaffari faz concertos várias vazes por ano. Por
isso temos que metodizar essas coisas, dando uma estrutura institucional para
que se desenvolva esse aspecto. Para que possamos voltar a discutir esse
Projeto, estou adiando a sua votação por duas Sessões. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa apregoa a Subemenda n° 1 à Emenda n° 3 de autoria do Ver. Raul Carrion.
( Lê.)
Em votação Requerimento de
autoria do Ver. Lauro Hagemann solicitando adiamento por duas Sessões do PLCL
n° 012/94. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
A Presidência da Casa quer comunicar a V. Exa. que recebeu um convite firmado pelo Prefeito Tarso Genro a este Presidente para que o acompanhasse em uma viagem oficial a Istambul na Turquia, para participar da assembléia mundial das cidades e autoridades locais e da Conferencia Habitat II, oportunidade em que haverá apresentação da experiência em Porto Alegre.
Este Presidente, tendo em
vista os compromissos na cidade de Porto Alegre, sentiu-se, primeiramente,
muito honrado com a deferência do Chefe do Executivo Municipal, no entanto
declinou do convite. Fez uma consulta aos colegas de Mesa e nenhum manifestou
interesse - em função de problemas pessoais - de integrar a comitiva oficial da
Cidade de Porto Alegre à Turquia. O
Ver. Lauro Hagemann manifestou a este Presidente a intenção, inclusive
por sua atividade e experiência na área da habitação, de integrar essa
comitiva. Na oportunidade este Presidente estava sendo instado a dar uma
definição rápida, inclusive diretamente à assessoria do Sr. Prefeito,
exatamente por problemas de vistos de entrada na Turquia que demanda a remessa
de passaportes para a embaixada da Turquia em Brasília. Tem a intenção, o Ver.
Lauro, de acompanhar a comitiva à Turquia. Este Vereador imediatamente entendeu
como legítima a pretensão do Ver. Lauro e solicitou a esse que formulasse por
escrito. Era essa a informação que gostaria de prestar à Casa e coloco à
disposição os termos do honroso convite formulado pelo Sr. Prefeito Municipal.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ (Requerimento): Eu gostaria de requerer, conforme V. Exa. colocou à disposição, o
convite, e dizer que nós só não nos candidatamos ao preenchimento deste honroso
convite porque entendemos que V. Exa. iria representar a Casa, ou alguém da
Mesa. Achamos que a representação pelo Ver. Lauro Hagemann é a melhor possível,
mas queríamos deixar claro, constando nos Anais da Casa, que tínhamos, e temos,
vontade de ir porque temos uma tradição forte de trabalho nessa área desde o
Habitat I, de 1976, na cidade de Vancouver, no Canadá. Eu ainda vou verificar
as possibilidades, junto ao Sr. Prefeito, mas não em detrimento da ida do Ver.
Lauro, pois acredito que estaria muito bem representada a Casa. Só quero ter
vista ao Processo para poder me orientar melhor.
O SR.
PRESIDENTE:
Feito o registro.
Apregoamos s entrada da
emenda n° 2, que dá nova redação ao artigo 3°, ao PLL n° 35/95, assinada pelo
Vereador João Motta e subscritada pelo Henrique Fontana, Líder da Bancada do
PT.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1018/95 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO N° 035/95, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que obriga os
cinemas de Porto Alegre a exibirem filmes de curta-metragem de acordo com o artigo
13 da Lei Federal n° 6281/75. Com Emenda n° 01.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. João
Motta: pela aprovação do Projeto e da Emenda n° 01;
- da CUTHAB. Relator Ver.
Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto e da Emenda n° 01;
- da CECE. Relator Ver. Geraldo
de Matos Filho: pela aprovação do Projeto e da Emenda n° 01;
- da CEDECONDH. Relator Ver.
Milton Zuanazzi: pela aprovação do Projeto e da Emenda n° 01.
O SR.
PRESIDENTE:
Requerimento firmado pelo Ver. Lauro Hagemann que requer o adiamento do PLL n° 35/95
por duas Sessões. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO
PROC. 1285/96 - RECURSO, de autoria do Ver.
Henrique Fontana e outros, à instalação
da Comissão Parlamentar de Inquérito, deferida em 30 de abril e instalada em 07
de maio de 1996, para averiguar fatos veiculados na Imprensa local, acerca do
uso indevido, em abuso de autoridade, por partido político ( Requerimento n°
092/96.)
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver.
Reginaldo Pujol; conclusões: “ ..., recomendamos o arquivo do presente Requerimento.”
Observações:
-
votação nos termos do Art.
99, do Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE:
Recurso de autoria do Ver. Henrique Fontana. Em votação.
Informamos que, tendo em
vista a natureza da matéria que está em votação, cabe encaminhamento pelo Autor
do Recurso, pelo Relator e pelas Lideranças partidárias. Não há discussão.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): O Regimento da Casa referindo-se à tramitação dos
projetos, em geral estabelece que a matéria, após seus tramites normais, é
submetida às Comissões e é remetida ao Plenário, salvo nas hipóteses em que
todas as Comissões que sobre ela se manifestarem o façam deliberando, em última
análise, que não ocorra a tramitação. No caso concreto, Sr. Presidente, a
matéria é submetida a uma única Comissão e como essa única Comissão deliberou
pelo arquivamento parece-me que, a teor do Regimento, não coubesse a vinda da
matéria ao Plenário, na medida em que a única Comissão ouvida decidiu pelo arquivamento.
V. Exa. encontrará estribo necessário no Regimento da Casa para desenvolver o
raciocínio que formulamos em Questão de Ordem.
O SR.
PRESIDENTE: Nobre
Vereador, esclarecemos a V. Exa. que, consoante o § 1° do art. 99, o Recurso
tem uma tramitação processual própria. ( Lê.) “O Recurso deverá ser feito por
escrito com justificativa e encaminhado à Mesa para decisão do Plenário.” Quem
decide é o Plenário, ouvida a Comissão de Justiça. O Parecer da Comissão de
Justiça, no caso em tela, é matéria instrutora e esclarecedora do Plenário; não
tem aquela característica geral de ser um parecer que, por sua rejeição,
implicaria a rejeição de todas as Comissões, o que faria com que a matéria não
viesse a Plenário. Esta matéria tem uma processualistica própria: a deliberação
do Plenário ouvida a Comissão de Justiça, que cumpre o papel de subsidiar o
Plenário com seu douto parecer.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Hábil e tempestivamente - de acordo com o Regimento
- quero recorrer dessa decisão de V. Exa. O farei por escrito e imediatamente
encaminharei à Presidência nosso Recurso pelo indeferimento da nossa Questão de
Ordem.
O SR.
PRESIDENTE:
Sim, eu indeferi o Requerimento formulado por V. Exa. em Questão de Ordem, e
recebo a decisão que V. Exa. pretende ver examinada oportunamente pela CCJ.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Requerimento): Na esteira da colocação feita pelo nobre Ver. Reginaldo Pujol, e
aliás, até aceitando o conselho de V. Exa. de formular as questões por escrito,
o que tem sido uma norma constante na
vida parlamentar do nosso Presidente, encaminhei por escrito um recurso a V.
Exa. no mesmo sentido - indeferida a minha Questão de Ordem - com base no art.
99 do nosso Regimento, estou recorrendo à decisão de V. Exa. e da CCJ para que
posteriormente, seja ouvido o Plenário, mas tendo em vista a característica da
situação criada, estou requerendo igualmente que fique sobrestada a votação
desse Recurso da página 9, até que o meu recurso seja julgado, ouvida a CCJ e
deliberado pelo Plenário.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe o
Requerimento formulado por V. Exa., mas indefere o sobrestamento da matéria.
O SR. DILAMAR
MACHADO: Recorro
do indeferimento de V. Exa. à CCJ e peço que seja ouvido o Plenário.
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa recebe o Recurso formulado por V.
Exa.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Questão de Ordem): Se. Presidente, eu havia formulado igualmente a V. Exa. uma Questão de
Ordem e a faço em nome de alguns Vereadores, como eu, que não leram o Recurso
do nobre Ver. Fontana, e que não conhecem, como eu, o teor da decisão de
Parecer do nobre Ver. Reginaldo Pujol. Vota-se o quê, nesta tarde, Sr.
Presidente?
O SR.
PRESIDENTE:
Vota-se o Recurso.
O SR. DILAMAR
MACHADO:
Qual é a conseqüência desse Recurso com relação à CPI?
O SR.
PRESIDENTE:
Vota-se o Recurso. No caso de acolhida ao Recurso, esta Presidência determinará
o arquivamento da CPI. Em caso de indeferimento do Recurso, pelo Plenário,
evidentemente que restará o prosseguimento da Comissão Parlamentar de
Inquérito. Respondida a questão de V. Exa. passo a palavra ao Ver. Luiz Braz,
para uma Questão de Ordem.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, regimentalmente, aliás, anti-regimentalmente, foi
feito um recurso a V. Exa., que lhe deu guarida e o encaminhou à Comissão de
Constituição e Justiça. A CCJ deu um Parecer, que foi pelo arquivamento do
Recurso. O que este Plenário está votando agora, Sr. Presidente, é exatamente o
Parecer da CCJ para que ele se torne o Parecer da Casa. Não votamos aqui o
Recurso. O Recurso foi recebido por V. Exa. e enviado à CCJ, que deu o seu
Parecer pelo arquivamento. Ou, então, V. Exa. já considera arquivado, porque
essa foi a opinião da CCJ. Obedecendo ao Regimento da Casa, essa opinião da
CCJ, para tornar-se opinião da Casa, veio ao Plenário para receber o voto do
Plenário. O que está em votação é o
Parecer do Ver. Reginaldo Pujol, aprovado pela CCJ.
O SR.
PRESIDENTE:
Vereador, a Mesa, respeitosamente, com a admiração que tem por V. Exa., lhe
responde a Questão de Ordem, informando mais uma vez, fazendo a leitura do §
1°, que diz: “o Recurso deverá ser feito por escrito, com justificativa e
encaminhado à Mesa para decisão do Plenário, ouvida a Comissão de Constituição
e Justiça.” O Parecer da CCJ tem o caráter instrutório e informativo, o que
vota é o Recurso encaminhado à Mesa. O Recurso é objeto da deliberação do
Plenário. Está textualmente dito isso no Regimento. Esta Presidência, ainda,
tomou dois cuidados: primeiramente, ouviu sobre a matéria a Diretoria
Legislativa e a Procuradoria da Casa, que embasaram esse procedimento. De outra
parte, a Comissão foi procurar nos entecedentes de votações, e encontrou
exatamente uma matéria sobre CPI em que houve um recurso, apresentado pelo Ver.
João Motta, da decisão de deferir requerimento de constituição de CPI para
apurar a contratação desnecessária de vistoria de obras de arte SMOV. Votou-se
parecer, na época, do Ver. Elói Guimarães pela rejeição da constituição da CPI.
Isso foi em 94, portanto, nesta Legislatura. O Recurso, votou-se nesta
oportunidade, e o processo está à disposição dos Senhores Vereadores.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, mas quando o recurso é regimental, e este recurso não é
regimental, o procedimento é exatamente este que foi ditado por V. Exa. de
acordo com os termos do Regimento, mas acontece que nós estamos aqui num
recurso que foi interposto pelo Ver. Henrique Fontana e que não está dentro do
Regimento. O Recurso fere o Regimento porque, na verdade, a Comissão
Parlamentar de Inquérito, e todas aquelas que foram constituídas aqui nesta
Casa, o foram por um terço das assinaturas dos Vereadores e com o deferimento
do Sr. Presidente, como manda o Regimento. Este Recurso é contrário ao
Regimento porque não existe nada escrito nele que diga que o Presidente pode
indeferir ou pode receber o Recurso contrário a dezesseis assinaturas.
O SR.
PRESIDENTE:
Vereadores, na realidade, a manifestação de V. Exa. não constitui em Questão de
Ordem, mas um verdadeiro encaminhamento. Vossa Excelência sabe que eu não
receberia um requerimento, um recurso e todo recurso é contra a deliberação de
ato da Mesa, da Presidência ou das Comissões. Eu não receberia um requerimento
que, a meu juízo, Vereador, não tivesse embasamento legal e regimental, recebi
dentro dos foros legais e regimentais. Se não, estaria em situação de
verdadeiro surrealismo ionesco, estaria recebendo algo que não se confortaria
na realidade dos fatos.
O SR. NEREU
D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu também tive essas dúvidas que o Ver. Luiz Braz
levantou e estudei o Regimento junto com a Diretoria Legislativa e estou
convencido de duas coisas: a primeira, na verdade não existe nenhum dispositivo
no Regimento que dê acolhida à votação do Parecer, porque a votação dos
pareceres - acho que é aí a confusão do Ver. Braz - é só em relação a questões
de ordem relativas ao Regimento, aí sim tem que votar o Parecer. No caso em
tela, não há nenhum embasamento regimental.
Na verdade, o Parecer dado é
uma decisão “interna corporais “ da Comissão de Justiça. O art. 99, § 1º é
claro: é o recurso que se vota.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA (Questão de Ordem): No art. 99, § 2°, diz: “O recurso não sofrerá discussão e sua votação
poderá ser encaminhada pelo autor, pelo relator da Comissão de Constituição e
Justiça e pelas lideranças.” Ora, se tem a preocupação de deixar bem claro
quanto ao Relator da Comissão de Constituição e Justiça, seria só para
subsídios ou ele estaria, aí, defendendo o seu Parecer para que nós pudéssemos
votar o Parecer?
O SR.
PRESIDENTE:
O relator é uma peça importantíssima, porque foi um homem que estudou
profundamente a matéria. Por isso a intenção do legislador que o relator tenha
um tempo especial para se manifestar sobre a matéria.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Dentro da linha que está sendo colocada e como V.
Exa., Presidente, entende que o que deve ser votado é o Recurso...
O SR.
PRESIDENTE:
Não sou eu Vereador, é o Regimento, a lei e as experiências passadas.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): V. Exa. permita que eu lhe diga que há contestação
quanto a essa sua posição, tanto que existe recurso nesse sentido. Então, não é
o Regimento que diz, o Regimento, no entendimento de V. Exa... Agora, dentro
dessa linha e, a partir do entendimento de V. Exa., nós diríamos que estamos
com a necessidade de superar o impasse regimental, porque o que foi distribuído
em avulso, daí se justifica o requerido pelo Ver. Dilamar Machado, não foi o
Recurso e suas fundamentações e, sim, o relatório, na prova inquestionável de
que hoje nós só podemos votar o relatório porque este foi dado conhecimento ao
Plenário em tempo hábil; o Recurso e suas razões são desconhecidas do Plenário.
Se forem distribuídos agora, não o serão para ser votado nesse momento, porque
os Vereadores que irão votar terão que ter tempo para conhecer das razões
daquilo que estarão votando.
Por isso, eu restabeleço a
Questão de Ordem do Ver. Dilamar Machado, eis que me parece procedente, tanto
que, distribuído nos avulsos foi o relatório e a decisão do Parecer da Comissão
de Justiça e não o Recurso e suas razões. Se esse não foi distribuído em
avulso, não foi dado conhecimento prévio aos integrantes, e no mínimo, ele não
pode ser votado no dia de hoje. O mais correto seria votar aquilo que foi
distribuído nos avulsos, ou seja, o relatório, o Parecer da Comissão de Justiça
e a sua decisão.
O SR. AIRTO
FERRONATO (Questão de Ordem): Meu entendimento, ilustre Presidente, é o seguinte:
o Recurso cabe à decisão do Presidente da Mesa e de Comissão, Então, na
verdade, em havendo uma decisão da Comissão, contrária a um requerimento
apresentado pela Bancada do PT no caso, caberia recurso a essa decisão da
Comissão, e não a votação, neste momento, do Parecer, pois a Comissão adotou
uma posição por maioria, no sentido de que houvesse o arquivamento do Requerimento.
Eu entendo que, nos termos do que diz o Regimento e a Lei Orgânica, o que
caberia seria um recurso à decisão da Comissão de Justiça neste momento, e não
mais do Presidente da Casa.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa, com todo o respeito ao Ver. Airto Ferronato, entende que desfiguraria
completamente a tramitação do processo que está sendo examinado que é,
exatamente, o Recurso da decisão à constituição da CPI. A Mesa informa ao nobre
Ver. Reginaldo Pujol que tivemos muito cuidado com essa matéria, até porque ela
é, naturalmente, de uma controvérsia muito grande e divide o Plenário. A Mesa
teve o cuidado, quando encaminhou o anúncio, de não apregoar para sexta-feira,
para que, primeiramente, se cumprissem, Ver. Reginaldo Pujol, rigorosamente, as
48 horas. Evidentemente, tudo regimental e legal, Vereador. A Mesa teve,
também, o cuidado, Ver. Reginaldo Pujol, de remeter a todos os Vereadores,
devidamente protocolado, inclusive, no gabinete de V. Exa., o Recurso, o
deferimento do Recurso, o Parecer de V. Exa., a votação e todos os elementos
constantes desse material necessário para a deliberação do Plenário. Tudo isso
antes do anúncio das 48 horas. A Mesa respondendo a essa Questão de Ordem,
coloca em votação.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Fundamentado no art. 104 do Regimento que diz: (
Lê.) Nós temos sustentado, Sr. Presidente, que o que foi distribuído foi o
Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e não o Recurso interposto.
Nessas condições, é pacifico que o que está sendo votado agora, neste momento,
é Parecer e não o Recurso.
O SR.
PRESIDENTE:
Vereador, com todo respeito e amizade que tenho a V. Exa., eu informo que
entregamos a todos os gabinetes a peça primeira, o Recurso. Os representantes
da Mesa já solicitaram os protocolos. Encaminhamos o Recurso, com o Parecer,
nas 48 horas.
O Ver. Luiz Braz está com a
palavra, para encaminhar o Recurso, de autoria do Ver. Henrique Fontana.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Todos nós
sabemos que temos comissões técnicas na Casa, e essas comissões técnicas servem
para fazer uma análise da matéria sem o ingrediente político. O que fez a
Comissão de Justiça desta Casa? Ao receber essa matéria, encaminhada pelo Sr.
Presidente, fez uma análise técnica e, tecnicamente, julgou que o Sr. Presidente não poderia nem mesmo
receber esse recurso. E opinou, de acordo com o seu relator, aprovado pelos
membros da Comissão, que esse recurso deveria se arquivado. O que faz o Sr.
Presidente da Casa? De posse da decisão da Comissão de Justiça, que é um órgão técnico,
um órgão máximo para poder definir as atitudes jurídicas da Casa, não é a
Auditoria, é a Comissão de Justiça da Casa que é o órgão máximo, o Sr.
Presidente, ao invés de reconhecer o seu erro e a sua falha quando recebeu o
recurso do Sr. Henrique Fontana com efeito suspensivo, recebeu sem efeito
suspensivo.
O Sr. Presidente não
reconhece o seu erro e resolve empurrar para o Plenário, não para que essa
decisão técnica possa ser adotada por esta Casa, mas para que uma decisão
política seja adotada pela Casa. Nós sabemos que este Plenário, todo ele está
dirigido para tomar uma decisão política, quando neste caso, Sr. Presidente,
nós deveríamos estar aqui tentando fazer com que esse embasamento dado pela
Comissão de Justiça da Casa pudesse ser levado em consideração. Ora, o que nós
temos, na verdade, lá no art. 66, que relata sobre as CPIs? Diz que depois de
nós termos todas as assinaturas e nós tivemos Sr. Presidente, tivemos dezesseis
assinaturas, quando são necessárias apenas onze assinaturas; tivemos o
deferimento de V. Exa., V. Exa deferiu a formação da Comissão. E naquele
momento, como V. Exa não deu o efeito suspensivo ao recurso imposto pelo Ver.
Henrique Fontana, um artigo anti-regimental, V. Exa deixou que a Comissão
Parlamentar de Inquérito também pudesse se constituir de maneira final e
começasse a ouvir os primeiros depoimentos. Nós já temos uma Comissão
Parlamentar de Inquérito funcionando, e
resolve o Sr. Presidente, no meio dos trabalhos de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito, sem que nada embase a decisão do Sr. Presidente, no Regimento da Casa ou
em qualquer tipo de legislação, empurrar para o Plenário para que ele possa se
manifestar politicamente. Esta decisão que vamos tomar aqui cai no Judiciário
com um mandado de segurança. Nós temos certeza absoluta de que esta decisão que
vai ser tomada aqui, e nós já sabemos qual é, cai no Judiciário com mandado de
segurança.
O que quer este Plenário,
esta Casa e os 16 Vereadores que assinaram o Requerimento formulado pelo Ver.
Záchia? Apenas investigar uma atitude do Executivo que aqueles Vereadores
julgaram que fosse digna de apuração mais aprofundada. É exatamente esse o
objetivo da Comissão de Inquérito. Ver. Elói, a Comissão de Inquérito poderia,
no final de seus trabalhos, julgar que aquele objetivo de tentar apurar o fato
que foi definido quando da Comissão de Inquérito, que aquele fato não era
verdadeiro, não merecia a punição que estava sendo pedida por parte desta Casa,
mas a Comissão de Inquérito tinha que ter esta oportunidade de fazer esta
averiguação. Com o ato de cassar esta CPI por parte desta Casa, que é o que está para acontecer, o que vamos
fazer é tirar desta Casa este instrumento em nome do quê? De um menosprezo ao
Legislativo que nós mesmos vamos dar. Senhores, a Bancada do PTB vota com o
Relator, vota pelo arquivamento do Recurso e pela continuação dos trabalhos da
CPI. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Está à disposição dos Srs. Vereadores o material, Todos receberam com a
antecedência mínima de 48 horas, dos avulsos relativos ao Recurso, ao Parecer e
todos os documentos. Estão aqui todas as assinaturas colhidas nos gabinetes dos
Vereadores, Se há alguma assinatura que não corresponde, encontra-se na Mesa, à
disposição dos Srs. Vereadores.
O próximo Vereador a
encaminhar pela Bancada do Partido Democrático Trabalhista é o Ver. Pedro Ruas.
O SR. PEDRO RUAS: Srs. Presidente, Srs. Vereadores, a matéria altamente controvertida da
Comissão Parlamentar de Inquérito recebeu, como é natural nesta Casa, a maior
atenção e, em conseqüência disso, até porque, a Casa é composta de Vereadores,
que são todos, sem exceção, representantes de Partidos Políticos, recebeu
desses mesmos Partidos Políticos toda a atenção. No caso específico do PDT,
fizemos várias e demoradas reuniões a respeito desse tema que passaram, desde a
análise técnica do conteúdo do pedido e
da instalação da CPI, até mesmo à análise política, no sentido mais amplo da
expressão, da existência dessa Comissão, neste momento. A Executiva Regional do
PDT, por unanimidade e em voto nominal, decidiu recomendar aos integrantes do
PDT, nesta Casa, que votassem contra a existência da CPI; portanto, a favor do
Recurso que objetiva extinguir-la neste momento. A decisão do PDT não merece e
não precisa ser discutida, até porque,
como eu disse, foi uma decisão de uma instância superior deste Estado, da qual não houve recurso e portanto, não
foi contestada e ela é de recomendação,
ou seja, ela, por todos seus fundamentos, encaminha a seus integrantes uma recomendação
importante, necessária, face a importância do tema a ser discutido. Friso que é
recomendação, até porque respeitamos a posição de Vereadores do PDT, que não
têm a mesma posição e que não aceitam essa recomendação. Nós, na condição de
membro do Comitê Regional, após ouvir a discussão ocorrida na reunião, após a
votação nominal, encaminhamos a determinação da Executiva Regional do PDT: a
recomendação de que fosse colocada a posição favorável ao recurso encaminhado
pelo nobre Ver. Henrique Fontana. Mais do que um encaminhamento de Bancada,
faço aqui, sem entrar no mérito da discussão da CPI, a recomendação de que os
integrantes da Bancada do PDT votem pelo arquivamento da Comissão Parlamentar
de Inquérito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha intenção
era, como Relator da matéria, vir à tribuna fazer um exame técnico, de acordo
com o Relatório que encaminhei e que mereceu a aprovação da maioria dos
integrantes da Comissão de Constituição e Justiça. O pronunciamento do Ver.
Pedro Ruas determina que eu faça uma
preliminar. Eefetivamente eu tive um zelo muito grande em exarar esse Parecer,
comprometi praticamente um fim de semana buscando orientação técnicas dos
melhores doutrinadores do Direito deste País, consultando compêndios jurídicos,
comentários à Constituição Brasileira e obras vinculadas ao assunto. Eu
pretendia que o assunto ficasse no campo técnico, no campo da juridicidade da
matéria que foi a nós submetida. O Ver. Pedro Ruas anuncia, de maneira formal,
que a Executiva Regional do PDT, por unanimidade, decidiu recomendar aos
integrantes da sua Bancada, coincidentemente, a segunda maior Bancada da Casa,
que aceitassem o recurso, recurso que estou autorizado a suspeitar que a
Executiva Regional do PDT não conhece os termos; se conhecesse não deveria
recomendar a seus filiados, com assento
e mandato popular nesta Casa, que tomassem uma decisão que afronta a
Constituição Brasileira, que o PDT tanto pugnou para que se instalasse neste
País; se conhecesse, não haveria de recomendar que o seu Partido acolhesse
nesta Casa um recurso que inexiste posto que ingressou na Casa depois da CPI
constituída e que neste momento, é preciso que se escreva em letras garrafais;
tornou-se intempestivo. Ver. Pedro Ruas, V. Exa. é um dos mais brilhantes
advogados que esta Casa já teve conhecimento, V. Exa. sabe que esse Recurso
ingressou na Casa no dia 7 de maio e a Comissão Parlamentar de Inquérito já
estava constituída desde o dia 6 de maio, quando todas as Lideranças da
Casa procederam a indicação dos seus
componentes e, evidentemente, aí ela se instala. No dia sete de maio, quando
foi protocolado o Recurso, junto à Presidência, que teria que ser protocolado
no Plenário, a teor do que diz o art. 99, que todos lêem e não entendem, quando
define a figura do recurso que é uma medida para ser utilizada no Plenário e
não o foi.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): É a primeira vez em três anos e meio de
mandato que interrompo um Vereador na tribuna com Questão de Ordem, mas se o
Vereador se referisse a mim, enquanto Vereador, enquanto parlamentar, enquanto
membro deste Legislativo, eu sem dúvida, aguardaria o final do pronunciamento
de S. Exa. O Vereador frontalmente arvora-se
ao direito de julgar uma decisão da Executiva Regional do PDT, o que não
pode ser aceito, até porque não está em discussão.
O SR. PRESIDENTE: A matéria não é para Questão de Ordem.
O SR. PEDRO RUAS: Faço então o registro, obrigado.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, feito o oportuno registro do Ver.
Pedro Ruas, eu quero dizer que tenho com o Partido Democrático Trabalhista um
grande respeito, mas tenho a responsabilidade de encaminhar essa matéria,
comentar uma decisão de sua Executiva Regional, colocada da tribuna. Eu teria,
Ver. Pedro Ruas, até o direito de perguntar, porque os funcionários da Casa me
perguntam a toda hora, se o PDT é afinal um parceiro político do PT, ou se é um
aliado político, porque tomou decisão política de colaborar com um recurso que não conhecia. A decisão de não
permitir que continuasse instalada nesta Casa uma Comissão Parlamentar de
Inquérito, que tinha como integrante inclusive, um de seus melhores
representantes desta Casa, que é o Ver. Dilamar Machado, e o fez, com que propósito? De politicamente
encarar e decidir por uma situação. Este meu Parecer pode ser rasgado, porque
esta Casa está tomando uma direção
político-eleitoreira de conveniência, está rasgando a tradição deste
Legislativo, está diminuindo a sua competência, está dizendo que as disposições
regimentais, que sempre foram aqui seguidas ao pé da linha, não mais existem. O
que existe é a conveniência política das duas grandes Bancadas da Casa: PT e
PDT. Já decidiram: é proibido Vereador investigar abuso de autoridade, é
proibido o Vereador investigar o uso da máquina pública na Cidade; é proibido,
inclusive, o Vereador falar da tribuna, porque até o Presidente entra no
processo de histeria; é proibido, enfim, ser Vereador, nesta Casa, e tentar,
altivamente, fazer respeitar o seu mandato. É isso que deve ser dito na Casa: é
um julgamento político de interesse daqueles que tinham que ser o princípio
constitucional, o direito inalienável da minoria, minoria que esta Casa
representa, mas que, infelizmente, é a minoria que eles representam em nível
nacional, aonde o mesmo direito, amanhã, poderá ser usado contra eles. E como
quero a justiça, sempre, independente das circunstâncias, faço esse desabafo.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que se tem
feito, aqui parece bastante claro, é não respeitar o direito das minorias. Ora,
a CPI e o nosso Regimento dizem, muito claramente, que se tendo 1/3 dos
Vereadores, ou seja 11 Vereadores, assinado tendo uma justificativa que seja
deferida pelo Presidente, dentro do prazo normal, essa CPI é instalada, é
composta. Na medida em que se entra com recurso e impede-se o prosseguimento de
uma CPI temos que fazer um rápido
raciocínio. Imaginamos que qualquer Bancada na próxima legislatura tenha a
maioria, isto é, 17 votos, e que essa Bancada, este partido seja Governo
Municipal, jamais vai prosseguir alguma Comissão Parlamentar de Inquérito,
jamais vai poder ser investigado algum ato deste Executivo que estiver no
mandato. Por quê? Porque este Partido terá 17 votos, fará com que o Recurso
venha a Plenário e, aqui, não vai prosperar, aqui não vai prosseguir. Ver.
Pedro Américo Leal, nós não estamos acusando ninguém e sempre tivemos este
cuidado desde o início. A nossa função, Vereadores que fomos eleitos para isso,
também é fiscalizar atos irregulares cometidos pelo Executivo Municipal.
Temos que esclarecer porque
muito espertamente tem sido colocado, que a representação que o meu Partido, o
PMDB, ingressou, contra o pré-candidato do PT é totalmente diferente do objeto da CPI. Lá, a questão era eleitoral e
o PMDB entrava com a reclamação porque, no entender do PMDB, o pré-candidato do
PT, antes da oficialização pela Convenção Partidária e num próprio Municipal,
fazia campanha política. Este é um objeto. A CPI teve o cuidado e a preocupação
de fiscalizar o uso indevido da máquina pública, o uso indevido da verba
pública, porque, no entendimento daqueles 16 Vereadores que assinaram o
Requerimento, estava sendo utilizado de maneira irregular, quando havia
funcionários da SMED, durante o horário de expediente, dentro de um próprio
Municipal, fazendo coisas que não eram do dever e não eram da competência de
funcionários municipais. Então, são dois objetos, Ver. Henrique Fontana, no meu
entendimento, extremamente diferentes. É claro que, lá no final, vão convergir,
porque o motivo da reunião no horário de trabalho, conforme o Memorando, era a
proposta do candidato do PT. Mas, Ver. João Dib, eu insisto, são coisas
diferentes que estão sendo misturadas, estão sendo colocadas como se fossem
iguais. Eu acho importante o prosseguimento desta Comissão Parlamentar, porque,
na última quinta-feira, quando a primeira pessoa convocada pela Comissão,
depois de 12 dias de instalação, a Dona Jussara Travassos Alves veio aqui e
respondeu o questionamento de diversos Vereadores, para a nossa surpresa, ela
mentiu. Ela mentiu, quando ela dizia, e está nos Autos, que 25 a 30 pessoas
participaram da reunião. Nós temos esta foto. (Mostra a foto.) Sessenta e oito
pessoas participaram. Trinta ou sessenta e oito pessoas, para mim, é exatamente
igual. Mas se ela disse 25, 30 pessoas e tem a foto documentada pelo jornal que
são 68 pessoas, alguma coisa me faz pensar que, talvez, tenham mais coisas
atrás. Se no primeiro depoimento, no depoimento mais simples, que a Comissão
teve, já houve uma mentira identificada, talvez, mais adiante, tivessem outras.
Fica aí a minha preocupação.
Esse é um dever desta Casa. Os Vereadores foram eleitos também para fiscalizar
o Executivo Municipal. Não estamos acusando. Tivemos sempre esse cuidado desde
o início. Esta Casa e seu Plenário entende que não deva prosseguir a CPI. Na
quinta-feira, entraram no Ministério Público com a mesma documentação, que foi
anexada à solicitação da CPI, e a doutora Temis Lindberger entendeu por bem que
o Ministério Público vai ter a iniciativa, que vai investigar. O Ministério Público
vai fazer a função desta Casa. O Ministério Público, que é extremamente
apartidário, não tem vínculo com partido algum, entendeu que as denúncias eram
procedentes. O MP, que lá deveria receber o Relatório final da Comissão, se
essa era a proposta do Relator, enviando para o Ministério Público, ele vai
fazer a função dos Vereadores. Rasgamos os nossos votos. Se eu não estou
acusando, até entendo que poderia não dar absolutamente nada, que poderia ser
visto no final que não houve uso indevido da máquina pública, que estava tudo
correto. Mas essa função era dos Vereadores. Nós fomos eleitos também para
isso, para ter posições, e não para fazermos conchavos políticos, como a
Executiva Estadual do PDT tenta fazer
em detrimento da Cidade. Os Vereadores do PDT são extremamente honestos, como
os demais desta Casa, que devem ser o orgulho do partido, então não pode uma
Executiva Estadual, que não convive com o problema, dar orientação para que
arquivem a CPI. Senhores, a Cidade acima de tudo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Motta está com a palavra, para encaminhar.
O SR. JOÃO MOTTA: O Senhor Presidente e
Srs. Vereadores. Gostaria, em primeiro lugar, quase como uma preliminar, de
registrar, ao contrário senso do que aqui foi afirmado, duas questões.
A primeira, o nosso respeito
por qualquer tipo de decisão - e não nos cabe emitir juízo de valor sobre o que
as direções partidárias assumem. Se no caso, tivessem noticiado aqui a decisão
da Direção Executiva Municipal do PMDB de tomar algum tipo de providências,
seria a nossa praxe respeita-la. Portanto, achamos que os partidos, ao assumir
decisões, através de suas instâncias partidárias, agem de acordo com a sua
autonomia política e ideológica.
Em segundo lugar, cabe registrar
que a Mesa, através da Procuradoria da Casa e da sua assessoria, tem agido, na
nossa opinião, rigorosamente dentro daquilo que prevê o nosso Regimento,
portanto, acho que as tentativas de Questões de Ordem e de falas, que tentam
trazer esse debate para dentro do Plenário, envolvendo alguma dúvida no
encaminhamento por parte dessa Presidência, no nosso entender, não encontra
proteção em qualquer tipo de norma do Regimento, porque o Regimento está
absolutamente claro, quando diz no artigo 99, parágrafo 1° e também a nossa Lei
Orgânica, no artigo 80, o que é recurso, o que se vota no recurso. Inclusive
diz, textualmente, que o que se vota é o recurso e não o parecer da Comissão de
Justiça. Portanto, a Mesa, na nossa opinião, tem conduzido de forma correta o
encaminhamento dessa matéria.
Com relação à fala do Ver.
Fernando Záchia, acho que nós também temos que colocar para o Plenário, nesse
momento e nessa hora de decisão, aquilo que é a dimensão real dos fatos e não
vir aqui usar a tribuna superestimado fatos ou criando, através de uma certa
teatralização, uma espécie de ambiente político para que, de fato, se coloque
aquilo que é o centro da nossa divergência política. Não que nós sejamos contra
que a Câmara Municipal de Porto Alegre exerça o seu direito de fiscalização. Em
nenhum momento algum Vereador nosso levantou a voz contra esse direito.
Sugerimos, através da nossa Liderança - o Ver. Henrique Fontana - várias vezes,
que a Câmara exercesse o seu direito de fiscalização, através de outros
mecanismos, inclusive com a convocação do Prefeito Municipal, porque achamos
que esse fato está sendo superdimensionado, não apenas pelo PMDB e pelo Ver.
Fernando Záchia, mas também por alguns Vereadores. Mas não é esse
superdimensionamento que está pautando a sociedade, nem a imprensa e muito
menos o Poder Judiciário da Justiça Eleitoral que está percebendo qual é o
valor real deste fato, qual é a dimensão real do fato. Então, Ver. Ferronato,
nada contra o direito das minorias. Não se trata disso. Não podemos fazer aqui
uma discussão de princípios de preceitos gerais. O que está em discussão é a
dimensão deste fato e, para nós, este fato não tem a dimensão de uma CPI e aí,
Ver. Fernando Záchia, é correto, sob o ponto de vista dos interesses político eleitorais de seu Partido, fazer o que está
fazendo. Agora queremos saber se o seu Partido vai pautar a sociedade, o Poder
Legislativo e a imprensa na Cidade. É isso que está em discussão.
O SR. AIRTO
FERRONATO (Questão de Ordem): Sr. Presidente não cabe ao Vereador do PT saber as
posições do Vereador do PMDB e do nosso Partido. Ele que trate do Partido dele
e dos seus problemas. V. Exas. vão tirar proveito da CPI ou não?
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa registra que não é Questão de Orem.
O SR. JOÃO
MOTTA:
Portanto, o que está em discussão é a decisão do Plenário, que tenha a sua
mediação política a respeito desses fatos e que não absolutize os fatos e não
aceite versões dos fatos. E, por existir essa tradição na Câmara Municipal de
Porto Alegre, que estamos convencidos de que este Plenário vai ter maturidade
política para posicionar-se acerca desses fatos, não superdimensionados por
alguém ou minimamente dimensionados por outrém, mas, ao contrário, vai
estabelecer aquilo que a Câmara Municipal, enquanto Poder constituído, deve fazer
neste momento. Essa é a mediação que temos que fazer. Portanto, por essas
razões é que achamos que a Câmara pode exercer o seu direito de fiscalização.
Não somos contrários. As minorias sempre deverão ter o seu direito de instalar
CPIs. Agora, somos contrários a que se superdimensionem fatos em nome de
interesses político-partidários de “a” ou de “b”. Não cabe a nós, por estarmos
em um ano eleitoral, submetermos a esse tipo de lógica, porque isso seria
submeter o Poder Legislativo à lógica particular de uma agremiação partidária
“a” ou “b”. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. DILAMAR
MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, esta Questão de Ordem é baseada no pronunciamento
final do nobre Ver. João Motta, que se referiu a uma decisão de V. Exa. ao
deferir o recebimento do Recurso impetrado pelo Partido dos Trabalhadores a um
Parecer da douta Procuradoria da Casa. Em defesa até da posição de V. Exa. como
magistrado desta Casa, requeiro que V. Exa. encaminhe ao Plenário o Parecer da
douta Procuradoria da Casa, que orientou
o Presidente Isaac Ainhorn ao recebimento do Recurso interposto pelo
Partido dos Trabalhadores, visando à não-instalação da CPI.
O SR.
PRESIDENTE: Informamos
que as peças constantes do Processo - as manifestações oficias - são as
manifestações constantes do recurso, do deferimento do recurso, do
encaminhamento à Comissão de Constituição e Justiça e do apregoamento a este
Plenário. Com freqüência, esta Presidência se embasa em posições da
Procuradoria da Casa e da Diretoria, a quem consulta com assiduidade, tendo em
vista a natureza e a complexidade das matérias.
O SR. DILAMAR
MACHADO: V.
Exa. não respondeu o meu questionamento, Sr. Presidente, A Procuradoria deu
parecer por escrito a essa questão? Se não deu, o Ver. Motta...
O SR.
PRESIDENTE:
Informei a V. Exa. que os Pareceres são os constantes dos autos e os que V.
Exa. recebeu. Os outros são consultas permanentes que esta Presidência
normalmente faz aos órgãos competentes da Casa.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, fiz esse mesmo questionamento à Presidência e a
resposta que recebi foi com relação ao art. 99, dizendo o que é o recurso e
como ele é impetrado. Mas com relação à
possibilidade ou não de V. Exa. receber o recurso naquele momento, que
foi questionamento deste Vereador e, agora, do
Ver. Dilamar Machado, não foi esclarecido pela Procuradoria. Então, este
Plenário não tem certeza nenhuma, com relação à fundamentação da Procuradoria, se V. Exa. e a Mesa poderia ou
não receber o recurso naquele instante, que foi o questionamento que fizemos e
que, agora, é o questionamento do Ver. Dilamar Machado.
O SR.
PRESIDENTE:
Em primeiro lugar, V. Exa. e o Ver. Dilamar Machado, como ex-Presidentes,
conhecem perfeitamente... A experiência da Presidência faz com que haja um
conhecimento maior dessas matérias, pelo convívio diário. Mesmo que houvesse
uma posição da Procuradoria, num determinado sentido, a matéria não teria força
vinculativa, conquanto as deliberações do Presidente, da Mesa, das comissões, existem
pelos órgãos da Casa, dos Vereadores. Agora, quero dizer a V. Exa. que o que
existe são esses dados, o resto se constitui em matéria vencida, porque há um
Recurso há um deferimento do Recurso, há um encaminhamento à CCJ, há um Parecer
da CCJ, há uma votação ao Parecer da CCJ, e há um encaminhamento para o
Plenário desta Casa, todas em estrita observância das disposições da Lei
Orgânica e do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, até para orientação do Plenário,
tendo em vista a ratificação das razões do Recurso feita no pronunciamento do Ver. Motta, um de seus
subscritores que claramente diz que não é intenção dos recorrentes impedir que
se instale uma CPI nesta Casa, e mais, tendo em vista que a conclusão do
Recurso que V. Exa. está submetendo ao Plenário diz: “contudo, com as
providências de V. Exa. e entendendo como limitada a exigência para instalação
de uma CPI, inclusive no que diz respeito ao quórum para seu encaminhamento,
previsto no Regimento da Câmara, solicitamos o acolhimento do presente
Recurso”. Para que não se decida “ultra petita”, porque parece que estamos
decidindo, aqui, se a Comissão vai continuar ou não, e o Recurso não pede isso,
nós gostaríamos, para endereçar bem o debate, de saber o que e sobre o que a
Casa está deliberando no presente momento.
O SR.
PRESIDENTE:
Mas o pedido não está no final, Vereador, o pedido está no começo. É uma
questão, talvez, tecnicamente, acatável. Vereador, isso aqui não é uma
discussão, V. Exa. tem outro tempo se quiser encaminhar. Democraticamente a
Mesa reconsidera o tempo que ultrapassou de três minutos, e poderá usá-lo pelo
seu Partido, uma vez que V. Exa. usou o tempo como Relator.
O Ver. Pedro Américo Leal
está com a palavra, para encaminhar pelo PPB.
O SR. PEDRO
AMERICO LEAL:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Sobre o que estamos discutindo nesta tarde?
Justamente a frase de V. Exa., eu a apanho no ar. Estamos discutindo nesta
tarde, para mim, o bom senso. Eu assinei a CPI, entre os 16 eu estou, porque
achei que era, de fato, um delito eleitoral, que o candidato Raul Pont, já
escolhido, havia transgredido em sua ação, no momento em que reunia em recinto
da Prefeitura, em hora de expediente, com a presença de funcionários, para
fazer apologia ou incrementar a sua intenção partidária. Mas o juiz não achou!
O juiz Demétrio Xavier Neto, que deve ser filho de um colega e amigo meu de
farda, achou o contrário, que não era um delito eleitoral. Que posso eu fazer?
Sempre achei que quando a Justiça fala, cessa tudo. Então, cá na minha modéstia
de rábula, como diz o Passarinho, de Realengo, botei a viola no saco e achei
que não devia antepor nada a isso. Se o juiz sentenciou que não há delito
eleitoral, o que é que estamos fazendo aqui nesta tarde? Nada! O Ministério
Público deu o seu quê de existência e vai argüir o que estamos argüindo aqui?
Onde vamos parar? Está decidida a matéria. Não
temos mais nada a fazer. É exclusivamente um problema de Justiça. O Raul
Pont não transgrediu com delito eleitoral coisa alguma. Eu fico surpreendido
porque acho que ele transgrediu, mas quero - não sei o que pensa o Ver. João
Dib, raramente falo com ele - fazer a minha colocação, pois não vejo como expor
à Câmara a uma pantomina desta. Pantomina, pois se o juiz decidiu que não é
delito eleitoral. O que é que eu estou fazendo aqui? É o caso do português
aquele não mora em Niterói, não é casado e vai para Niterói. Não tem o que
fazer lá? A Câmara Municipal está
decidindo o quê? Uma coisa decidida pela Justiça ....
O SR.
PRESIDENTE:
Nobre Ver. Pedro Américo Leal a Mesa pede licença a V. Exa. para conceder uma
questão de ordem para o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, esta matéria que nós estamos discutindo está prevista
dentro do Decreto-Lei 201. E, de acordo com o Decreto-Lei 201, que já foi
utilizada por esta Casa várias vezes, o julgamento da Câmara Municipal - já
utilizado, inclusive julgando Vereadores desta Casa - que se faz no Decreto-Lei
é o julgamento da Câmara. Ela julga, e do julgamento da Câmara não cabe recurso
nem mesmo ao Judiciário. Isto está previsto, na verdade, no Decreto-Lei 201 que
existe, e é da época do Ver. Pedro Américo Leal - 1967.
O SR.
PRESIDENTE:
Não é Questão de Ordem, Vereador.
O SR. PEDRO
AMÉRICO LEAL:
Que seja questão de ordem, Sr. Presidente. por que expor à Câmara a uma
situação dessas? Vão perseguir o quê? Nós temos que livrar a Câmara de qualquer
exposição inútil. Na verdade eu não tenho nenhuma ligação com o PT, nem tão
pouco com o meu amigo João Dib. Quando decido as coisas as faço sozinho. Mas
acho que é de bom alvitre nós nos desvencilharmos dessa. Vamos dar por
encerrada esta CPI da melhor maneira que pudermos. Não sei bem como fazermos
isso. Agora, o juiz já decidiu: não é delito eleitoral. O que é que podemos
fazer além da decisão do juiz? Mais nada. Pelo que eu acho que foi delito
eleitoral, mas diante da decisão de Sua Excelência eu me coloco disciplinadamente em forma e decido que este Recurso
deve ser aceito. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Henrique Fontana está com a palavra, para encaminhar.
O SR. HENRIQUE
FONTANA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. ao analisar o tema da CPI, instalada nesta
Casa, é preciso colocar uma preliminar, porque ela faz parte da fala dos
Vereadores Reginaldo Pujol e Fernando Záchia. Os Vereadores tentam gerar uma
falsa partidarização neste debate. Mais do que isto, o Ver. Reginaldo Pujol vai
mais longe: diz que fez um estudo técnico aprofundado e se reivindica da
condição de juiz para decidir um tema desta complexidade e deste grau de
tensionamento político, sim, na cidade de Porto Alegre.
É preciso colocar a
preliminar que todos os trinta e três Vereadores que estão nesta Casa são
filiados a um partido político e que, portanto, têm uma opinião política sobre
qualquer tema que seja debatido nesta Casa. O que nós temos insistido - esse é
o debate de mérito político, sim, Ver. Fernando Záchia - é de que o objeto
reivindicado para justificar esta CPI não existe mais! O objeto reivindicado
para sustentar esta CPI, na opinião de uma parcela importante dos Vereadores
que estão sentados nesta Câmara esta tarde, não existe mais Eu respeito que
alguns vereadores - isso é da democracia
entendem que ainda existe objeto e, portanto, lutam até de forma um
pouco desesperada, reivindicando questões regimentais, uma em cima da outra,
para impedir que o Plenário se posicione por maioria, porque há uma polêmica
política, sim, Ver. Pedro Américo Leal. Alguns acham, como o Ver. Záchia, que
ainda existe objeto político que justifique esta CPI. Pois eu digo, em nome do
PT, ouvi outros Vereadores de outras Bancadas dizerem que não existe mais
objeto, e todo o restante é argumentação para justificar a posição política que
interessa ao Ver. “a” ou ao Ver. “b”. Quero dizer, Ver. Záchia que, sim, o
PMDB, transformou essa questão numa questão pré-eleitoral. O PMDB entrou com
uma representação na Justiça Eleitoral, que é o foro isento para avaliar essa
questão, isentou o nosso pré-candidato e deu uma sentença que arquiva a
representação feita pelo PMDB, Mas o PMDB, na fala do Ver. Záchia aqui nesta
tribuna, desmascara o caráter eleitoral que quer dar a esse debate, porque ele
insiste na CPI, ele diz: “Não, nós
precisamos continuar o tema”. Eu quero dizer, Ver. Záchia, que, mesmo aqueles
16 que assinaram - e V. Exa. insiste com esse argumento - não podem ser
constrangidos a ter uma opinião política que não têm, porque não se trata de
coerência ou incoerência; existem novos fatos, existe um julgamento pela
justiça Eleitoral que o isenta. Portanto não se pode cobrar falsa coerência, e
os 16 que assinaram terem que concordar com a continuidade da CPI. Alguns
entendem - e vou-me socorrer da frase do Ver. Pedro Américo que isso pode virar
uma pantomina; que se pode colocar o Poder Legislativo sendo utilizado por uma
interpretação política legítima que um partido tenha, mas que deve debater em
outro âmbito; não usar o Poder Legislativo para fazer o seu proselitismo
pré-eleitoral. O que queremos com o nosso recurso é que a maioria desta Casa
diga se entende que, neste momento, existe, ou não, objeto que justifique uma
CPI. O outro argumento do Ver. Záchia, que é preciso ficar cristalinamente
combatido desta tribuna é chamado direito das minorias. Ele existe deve
continuar existindo, e nós seremos sempre fiéis defensores desse direito. Mas o
direito das minorias não existe para fazer qualquer CPI, porque o debate é
sobre o objeto, é sobre o remédio que V. Exa. propõe. Aí eu digo que essa é uma
questão eleitoreira, sim, e o remédio proposto para um tema que, se merece
discussão e análise, não justifica o açodamento de V. Exa., insistindo em
manter a CPI. Nem com o julgamento da Justiça Eleitoral V. Exa. se conforma.
Concluo, Sr. Presidente,
dizendo que o direito das minorias deverá ser sempre respeitado, mas a
discussão do mérito que reivindicam as minorias para pedir, ou não, uma CPI,
esta sempre será direito e sempre deverá ser debatida. É isso que nós estamos
discutindo neste Plenário nesta tarde. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está
com a palavra, para encaminhar.
O SR. RAUL
CARRION:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Em primeiro lugar, a Bancada do PC do B queria
concordar com o encaminhamento que a Mesa está dando a esta votação, amparado
na correta postura da Procuradoria da Casa.
Queria dizer que falando em
nome da Bancada do PC do B temos a tranqüilidade de falar em nome de uma
bancada que não participa da Administração Popular e sequer tem um alinhamento
automático com a Administração Popular. Que tem sabido a todo momento votar de
acordo com os seus pontos de vista, concordando com a bancada governista nos
casos que assim considera adendando e discordando e votando contrariamente nos
casos em que considera fazê-lo justo.
Queria dizer que a criação dessa CPI nunca contou com o apoio do Partido
Comunista do Brasil, que em momento algum foi sequer consultado sobre a sua
existência. Que antes da sua instalação inclusive a Bancada do PC do B retirou
a sua indicação para compor essa CPI, por escrito, negando-se a dela fazer
parte.
E que no mesmo oficio em que
a Bancada do PC do B comunicou essa não-participação, ela afirmou a sua
negativa em legitimar e participar dessa CPI, e afirmou que lutaria com todas
suas forças pelo arquivamento da referida CPI.
Esta postura do PC do B está
fundada em primeiro lugar, no convencimento da não relevância dos fatos
denunciados; o que aliás foi confirmado pela decisão, lembrada aqui pelo Ver.
Américo Leal, do Juiz Eleitoral Demétrio Xavier Neto, coordenador da propaganda
Capital e que as considerou improcedentes. Portanto como muito bem afirmou o
Líder do PT, o objeto da CPI desapareceu.
Em segundo lugar, no
conhecimento de que esses fatos pretensamente denunciados já estava sob o exame
da Justiça Eleitoral e do Ministério Público, órgãos imunes a qualquer suspeita
de parcialidade, tornando supérflua a criação desta CPI. Além de serem
irrelevantes as denúncias, já existe dois órgãos altamente qualificados e
isentos examinando essas denúncias.
Terceiro, pelo caráter
político-eleitoreiro evidente, público, aberto, dessa CPI, desfigurando
totalmente os desígnios regimentais de um instrumento tão importante quanto uma
CPI nesta Casa.
Quatro, pela necessidade de
preservar da vulgarização e da desmoralização este importantíssimo instrumento.
É preciso dizer que em
diversas intervenções, os Nobres Vereadores que defendem essa CPI procuraram
apresentar a questão como essencialmente técnica, formal, despida de objetivos
político-eleitorais. É uma tentativa, no ver da Bancada do PC do B, de “tapar o
sol com a peneira”. Pois só os incautos e os ingênuos ainda não perceberam o
caráter político-eleitoreiro dessa CPI.
Na verdade, ao defender o
arquivamento dessa CPI a Bancada do PC do B não está procurando preservar a
Administração Popular. A Bancada do PC do B está procurando preservar a
credibilidade desta Casa! Creio que o representante do PPB colocou bem a
questão; não podemos desmoralizar a Casa... Não estou aqui defendendo a
Administração. Acredito que eles são suficientemente “crescidos” e competentes
para se defenderem. Estou defendendo é esta Casa. Por isso a Bancada do PC do B encaminha
favoravelmente ao recurso pelo arquivamento da CPI. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, os discursos que ouvimos aqui, sobretudo os
dos companheiros do PT, culminam, de uma certa maneira, uma série de mudanças
que nos últimos anos o Partido dos Trabalhadores vem apresentando, tanto em
seus discursos quanto em suas práticas. Os salários dos funcionários, as
gratificações, tratamento dos aposentados, encaminhamento e reivindicações
populares e, sobretudo, acordos políticos como aqueles que tem, em
contrapartida agora em Porto Alegre, que nós vimos no Rio de Janeiro, para
poder aprovar as contas do Dr. Leonel Brizola lá. Um voto do PT salvou o Dr.
Brizola no Rio de Janeiro, ao que parece, alguns votos aqui foram garantidos
agora pela Bancada do PDT. Para garantir a salvação do Pref. Raul Pont. A boca
pequena, ouvi, infelizmente, ao longo desses dias, comentários de muitos
companheiros que diziam: “É, o Raul pisou na bola, mas a gente tem que agora
segurar a peteca de qualquer maneira”. É isso que eu quero dizer olhando para cada
companheiro do PT.
O PT, certamente, vai
conseguir aqui os votos que precisa para acabar com a CPI, mas o PT não vai
sair daqui sem a marca definitiva de um Partido que preferiu fugir e se
esconder de baixo do tapete para não chegar a um resultado e, realmente, foi
absolutamente confirmado quanto à questão básica que abriu a Comissão de
Inquérito. A funcionária da SMED disse que assinou o documento que faz parte do
processo e nesse documento diz que se está convidando um pré-candidato do PT
para fazer uma reunião político-partidária em horário de serviço.
Eu pergunto à Bancada do PT
quem vai descontar do salário daqueles funcionários CCs que fazem parte do
Conselho Político e que estavam claramente em desvio de função durante aquela
tarde em que se encontraram com o Prof. Raul Pont. Essa é uma questão básica.
Não tem nada a ver com Juiz, que trata de campanha eleitoral, eu tenho é que
ver com o que foi feito no âmbito administrativo estrito da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre e que o PT conseguiu ainda agora nos discursos a
velha lição de Guebers: A gente repete tantas mentiras que elas acabam
parecendo verdade. As versões postas na mídia, ao longo dos últimos dias,
repetem exatamente o procedimento nazista. Se tem a manipulação e se vende a
imagem que se bem entende.
A cada companheiro do PT,
goste ou não, e me olhem diretamente porque eu não tenho problema. Sabem se
está certo ou não o que foi feito.
Ninguém aqui queria cassar o Sr. Raul Pont. Não é para isso. Mas que houve um
erro, um desrespeito, ninguém pode negar. Lá na sua casa, na frente do seu
espelho, isso ninguém vai poder negar. É esse tipo de coisa que desautoriza os
discursos, as denúncias que nós ouvimos diuturnamente do Partido dos
Trabalhadores contra o Governo Federal ou contra o Governo Estadual. Repete-se,
da parte do PT, aquilo que se acusou eternamente em relação aos outros
partidos. É esse registro que quero fazer. Talvez, hoje, o PT consiga enterrar
parte da Câmara de Vereadores, mas hoje, daqui também, sem dúvida nenhuma, Srs.
Vereadores, está enterrado um pouco da utopia do Partido dos Trabalhadores. E é
por isso, para pensar nisso, com tristeza, que eu aproveito meus últimos
segundos para, em silêncio, fazer, de uma certa maneira, um réquiem por esta
tarde. Eu ainda tenho 40 segundos.
A democracia petista é
assim: diz o que quer e não gosta de ouvir o que deve ser dito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
A palavra com o Ver. Reginaldo Pujol, pelo PFL.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, antes de mais nada, Ver. Pedro Américo
Leal, se V. Exa. entende que se perde a razão da CPI, por ter a Justiça
Eleitoral já decidido sobre o assunto, mude a posição. Porque não há decisão
irrecorrível. A decisão de primeira instância está sendo objeto da revisão
pretendida pelas partes que estão em litígio.
Então, não há matéria decidida e nem é essa matéria que nós entendemos
que a CPI tinha a responsabilidade de averiguar. Agora, Ver. Pedro Américo
Leal, chamo a atenção para o Recurso que, nem no começo, nem no final
estabelece o que quer. Quando li o conclusão do Recurso, a Presidência disse
que o conteúdo do Requerimento estavam no início. Vou ler o início do Recurso
para que V. Exa. observe como é vazio esse recurso sobre o qual estamos deliberando.
O início do recurso diz o seguinte. O Requerimento conclui-se dizendo que: (
Lê.) “contando com providências de V. Exa. e entendendo como limitada a
exigência para instalação de uma CPI, no que diz respeito ao quórum para o seu
encaminhamento, previsto no Regimento da Câmara, solicitamos o acolhimento do
presente Recurso”.
O mínimo que posso entender
sobre a inconformidade do PT é o quórum sobre o qual se instalou a CPI. Em
nenhum momento o recurso diz que é uma CPI já constituída e que desejam que ela
seja sustada na sua atividade. Ele quis castrar a atividade fiscalizadora da
Câmara, impedindo que a CPI se constitua. Vejam, o encaminhamento político do
assunto deu-se depois do anúncio que o Diretório Regional de um partido havia
recomendado a seus integrantes uma posição. Manifestei-me no sentido de que a
matéria estava sendo transferida para o campo político quando eu entendia que
tinha no campo técnico. Por isso digo com toda a tranqüilidade que a matéria
está sendo decidida politicamente na Casa e que decidido se encontra, basta que
se confirme, que a Comissão Parlamentar de Inquérito, apesar de que não existe
nenhum recurso contra o seu funcionamento, nenhum recurso que tenta impedir que
ela continue. A CPI vai, por interpretação da maioria, deixar de existir, a
responsabilidade de quem vai decidir nesse sentido, de quem vai transformar em
letra morta à disposição da
Constituição Federal, que diz que nas Câmaras Legislativas se convoca uma CPI
com 1/3 dos requerimentos, requerimentos esses firmados livremente por aqueles
que entendem de relevante determinadas CPIs, e quem não são obstado retirar
esse requerimento, quando for necessário,
a Câmara vai decidir assim, alerta que faço vai decidir “ultra petita”,
além do que foi pedido pelo recurso; se a decisão da Casa for exclusivamente
pelo acolhimento do recurso, como ele é inócuo, como não pede nada, a Casa vai
decidir sobre o nada. Eu vou votar contra a que a Casa decida sobre o nada.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra, para encaminhar.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, toda a vez que nesta Casa se constitui uma Comissão Parlamentar de Inquérito eu me
preocupo com os seus resultados.
Ao longo dos anos, nesta
Casa, já vi várias tentativas de CPIs malograrem, isso só produz um resultado,
a desmoralização do instituto da CPI e, por conseqüência, a desmoralização da
Câmara dos Vereadores. No presente caso, procurado por um repórter de rádio,
colega meu, nos primeiros dias em que se prenunciou a tempestade, eu dizia que
era uma CPI eleitoral, porque nada podia prever o contrário. Num ano de
eleições, uma CPI por um pretenso crime eleitoral só podia dar esse resultado
e não foi nada mais nada menos,
que depois do pronunciamento do juiz
eleitoral dizendo que não tinha havido crime, nós estamos diante de um singelo
dilema: ou esta Casa continua com a CPI, e acaba se desmoralizando - mais uma
vez - , ou não abortamos a CPI no momento em que deve ser abortada, aliás já
deveria ter sido abortada. Eu lamento a posição do meu prezado companheiro,
amigo e colega Ver. Fernando Záchia, porque vai ser exposto a uma situação que,
talvez, nem ele mesmo tenha pretendido ir tão fundo. Não quero julgar, apenas
estou ressalvando. Mas quero dizer com todas as letras que ou esta Casa termina
com esta CPI, ou vamos desembocar num limbo que não terá outra definição. E não
adianta a tentativa de se dizer que estamos examinando aspectos técnicos, não
estamos examinando aspectos técnicos de forma nenhuma, estamos examinando
aspecto puramente eleitoral. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria de fundamentar a minha
Questão de Ordem no art. 36 inciso I letra “a”, art. 55, 56, 66 e 59 da Lei
Orgânica e art. 99 do Regimento. Sr. Presidente, o processo está mal-instruído.
Faço questão desta Questão de Ordem porque, em primeiro lugar, não existe
requerimento alternativo nesta Casa. O requerimento tem que ser determinado. Então,
há um erro de formulação no requerimento; seria considerado inepto o
requerimento, porque não existe posição alternativa. Em segundo lugar, o
requerimento não define se está recorrendo da decisão de V. Exa. ou da decisão
da Comissão de Constituição e Justiça.
Por outro lado, Sr.
Presidente, o artigo 55 do nosso Regimento Interno diz que a proposição que
receber parecer contrário das comissões pelas quais tramitou será tida como
rejeitada e será arquivada. No artigo56, o autor tem assegurado o direito de
recorrer. No Processo, o Presidente da Comissão não comunicou ao autor da
proposição que ele teria prazo recursal previsto regimentalmente. O Presidente
da Comissão passou por cima do Regimento e o Requerimento chegou ao Plenário.
Mas primeiro teria que haver a manifestação do autor do Requerimento; no
Processo não consta essa manifestação obrigatória, de acordo com o Regimento da
Casa.
O artigo 66, Sr. Presidente,
fala da competência da CPI, da sua constituição, e também se fundamente no
artigo 59 da nossa Lei Orgânica. E o artigo 99, também do Regimento Interno, é
muito claro quando determina que recurso é o meio de provocar, no Plenário, a
modificação da decisão tida como desfavorável, por ato da Mesa, da Presidência
ou das comissões. Se o Requerimento foi por ato da Mesa, é um requerimento; se
é por ato das comissões, é outro requerimento; mas V. Exa. não tem poder, sem
que o autor do requerimento tenha se manifestado no Processo, de transformar um
requerimento em dois requerimentos. Este poder o Regimento não lhe confere.
Então, eu faço Questão de Ordem, para que esta fundamentação seja analisada por
V. Exa. para não abrirem um precedente legal, que não terá precedentes na
história desta Casa. Até porque o Processo, para ser votado, tem que estar corretamente
instruído, independente do mérito da matéria, não estamos analisando a questão
da CPI ou não?
O SR.
PRESIDENTE: Vereador,
numa Questão de Ordem, um requerimento que o Regimento formula é que deva ser
concisa.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA (Requerimento): Estou procedendo dentro do Regimento para esclarecer os vários artigos
com os quais me fundamentei. Veja V. Exa. que requeiro que o Processo retorne à
Comissão de Justiça para que o seu Presidente dê ciência ao autor do
Requerimento para que este, no prazo recursal de cinco dias, conforme determina
o art.56, pronuncie-se a respeito. Agora, sem antes do pronunciamento do autor
do Requerimento se a Mesa encaminhar diretamente ao Plenário, ela estará
passando por cima da própria Comissão de Constituição e Justiça, o que, na
nossa maneira de ver, seria um erro crasso desta Presidência.
O SR.
PRESIDENTE: Nobre
Vereador, assistiria plena razão a V. Exa. se constituísse um procedimento de um Processo Ordinário. No
entanto, o Recurso é um procedimento que tem um tratamento especial previsto no
art.99, sobretudo no caso aqui em tela, no parágrafo primeiro, que manda que o
Recurso seja inscrito com justificativa e encaminhado à Mesa para decisão do
Plenário, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça. Andou bem o Presidente
da Comissão de Constituição e Justiça que, após o Parecer votado na Comissão,
ele encaminhou à Mesa Diretora, ao Presidente da Casa, para que o submetesse ao
Plenário. Portanto, em face disso, indefiro o Requerimento formulado por V.
Exa.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA (Requerimento): Então eu faço um Requerimento a V. Exa., no sentido de que encaminhe a
minha Questão de Ordem à Comissão de Justiça, porque quero uma posição oficial
desta Comissão, sobre este posicionamento.
O SR.
PRESIDENTE: V.
Exa. pode encaminhar o Requerimento, mas eu o recomendaria a recorrer de minha
decisão.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA (Questão de Ordem): Estou recorrendo de sua decisão.
O SR.
PRESIDENTE:
Tendo em vista o Recurso, eu o recebo.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Vou fundamentar-me também no art. 99, tão
exaustivamente citado nesta tarde, define o Recurso e diz que se trata de uma
decisão tida como desfavorável por ato da Mesa, da Presidência ou das
Comissões. Temos sustentado, que isso é matéria polemica, evidentemente, V.
Exa. não vai dirimir a dúvida para que
o Recurso é vazio. Ele não indica quem praticou esse ato, se foi a Presidência
da Casa, se foi a Mesa da Câmara ou se fora,
as Comissões. Então, o mínimo que o Plenário precisa saber é o que pretende o
Recurso, qual a decisão que foi desfavorável ao signatário que nós, mortais do
Plenário, precisamos modificar ou não. Estou literalmente, dentro do que está
estabelecido na leitura do que têm sustentado todos os fundamentos discutíveis,
porém, respeitáveis, de V. Exa. Agora temos uma situação insuperável: ou se
identifica o objeto ou teremos que decidir não só “ultra petita” mas também
“extra petita”. V. Exa, que é um nobre advogado, sabe muito bem o que
significam essas expressões: decidir “ultra” ou “extra petita” é fazer uma
decisão nula. Não precisamos mandar à Comissão de Justiça essa Questão de
Ordem, pois sabemos que V.Exa., com sua sabedoria, saberá decidir.
O SR.
PRESIDENTE:
O Recurso foi recebido e, para assegurar o pleno exercício e atividades da
Comissão Parlamentar de Inquérito, esta Presidência recebeu o Recurso sem
efeitos suspensivos, conforme despacho de fl. 3 do Recurso. Isso , exatamente,
para permitir a instalação e o prosseguimento do Recurso que este Plenário, se
vier a rejeitar o Recurso, não sofra a
CPI solução de continuidade. Os Srs. Vereadores receberam o Recurso,
acompanhado pelo Relatório votado na Comissão de Constituição e Justiça, com
todos os elementos, no entendimento desta Presidência. Há todos os elementos
necessários para que, neste momento, votemos o Recurso que se encontra em fase
final, apenas de coleta ao votos. Razão pela qual convido o 1° Secretário, Ver.
Fernando Záchia, para que colha os votos.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Eu
me dou por Impedido.
O SR.
PRESIDENTE:
V. Exa. se dá por Impedido?
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, as mesmas razões que colocam o
Vereador em constrangimento de colher os votos, que coloque também este
Vereador, que é o Relator.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa compreende as razões de V. Exas. e convida o Ver. Luiz Negrinho, 3°
Secretário, para colher os votos.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, antes de ser iniciado o processo de
coleta dos votos, eu queria solicitar a V. Exa., que é o competente Presidente desta Casa, que orientasse a
votação e dissesse claramente à Casa qual o objeto do Recurso que nós estamos
votando para que saibamos que a Casa irá decidir.
O SR.
PRESIDENTE:
Todos os Vereadores receberam o Recurso, o Parecer, os despachos interlocutórios nos autos do Processo. Todo o material foi
recebido. A Mesa informa a V. Exas. neste momento, que será votado o Recurso,
SIM, aprova o Recurso; NÃO, rejeita o Recurso.
O Sr. 3º Secretário, Sr.
Luiz Negrinho, está com a palavra para colher os votos.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria que V. Exa.
esclarecesse, adequadamente, o reflexo do voto SIM , o reflexo do voto NÃO.
O SR.
PRESIDENTE:
Nós somos uma Câmara de Vereadores, composta por 33 Vereadores que examinaram a
questão com o brilhante Parecer de V. Exa. que foi discutido, o material foi
recebido por todos os Vereadores. Acho que os Vereadores estão preparados para
dar cada um, de acordo com a sua consciência, o voto, neste momento. Sr.
Presidente.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA: Questão
de Ordem, Presidente.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa já está em uma fase de coleta de votos, e não deferirá Questão de Ordem.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA: Senhor
Presidente, art. 94 não foi iniciada a coleta de votos. O Senhor tem que dar a
Questão de Ordem. Não passe por cima do Regimento, por favor.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa não passou por um momento por cima do Regimento. A Mesa muitas vazes com
muita liberdade tem dado Questões de Ordem, que na maior parte delas, não foram
Questões de Ordem, e sem sustentações de conteúdos de cada uma das posições dos
Srs. Vereadores. Mais uma vez deferirei a Questão de Ordem a V. Exa.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA (Questão de Ordem): Agradeço a
V. Exa. Há um problema de divergência no conteúdo do espelho, que aqui
costa porque estamos votando o Recurso do Ver. Henrique Fontana ou o Parecer da
Comissão de Constituição e Justiça. A Mesa não define. O espelho é claro, ou se
vota o Recurso, ou o Parecer da Comissão. As duas votações não cabem.
O SR.
PRESIDENTE: V.
Exa. é um Vereador experiente e sabe que depois do projeto normalmente vem a
referência ao Parecer. No caso, está muito claro no “ caput” do Processo que o
que se vota é o Recurso, e aqui estão sucintamente as informações prestadas, e
após, como em todos os Projetos que votam na Casa, consta o Parecer, e aqui
está resumidamente a expressão final do Parecer do Recurso.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA:
Mas não há Requerimento do autor para que venha a este Plenário. O autor não
foi comunicado da decisão da Comissão de Justiça, Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE:
Não há necessidade de ser comunicado, e eu já esclareci a V. Exa. que se trata
de um processo de procedimentos especiais previsto no art.99, e não nos
procedimentos ordinários do Regimento Interno.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA: O
Regimento está sendo violentado, e quero um Parecer da Comissão de Justiça.
O SR.
PRESIDENTE:
Solicito ao Ver. Luiz Negrinho que proceda
a coleta de votos. (Após a chamada.) APROVADO por 19 votos SIM,
e 11 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.
Acolho a decisão soberana do
Plenário e determino o arquivamento da referida Comissão Parlamentar de
Inquérito.
(O Sr. Presidente lê
Declarações de Voto subscritas pelos Vers. Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Elói Guimarães e Milton Zuanazzi.)
“Declaração de Voto
Estando equivocado o
encaminhamento dado pela Presidência a tal votação. O espelho indica a votação
do Parecer da CCJ e a Presidência encaminhou a votação do Recurso.
Por isso voto contrário ao
Processo1285/96, além de todos os demais motivos apresentados em um discurso de
encaminhamento. Sala do Plenário, 20.05.96.”
(a) Ver. Antonio Hohlfeldt.
“Declaração de Voto
Voto contrário ao Recurso,
atendendo a dois princípios básicos:
1- Não acusei o Senhor Raul
Pont de nada quando assinei o requerimento que pedia a abertura da CPI e sim
abri a possibilidade de investigação de eventual de poder. A CPI está em
funcionamento e nada de novo ocorreu para sua paralisação.
2- O Diretório Metropolitano do
PDT decidiu, e não recomendou, que a CPI tivesse prosseguimento e eu sigo esta
orientação.
Em 20 de maio de 1996.”
(a) Ver. Artur Zanella.
“Declaração de Voto
Votei contrario à decisão de
arquivamento do Recurso. Todavia, entendo que a decisão ora tomada é de
admissibilidade do Recurso. Uma vez admitido o Recurso, a decisão de abertura
da CPI, sai da alçada do Presidente da Casa para a decisão do Plenário,
oportunidade que a Casa se manifestará se quer ou não o prosseguimento da CPI -
o Plenário precisa enfrentar o mérito que,
a meu juízo, não se esgota na presente votação.”
(aa)
Ver. Elói Guimarães
Ver. Milton Zuanazzi
O SR. PRESIDENTE: A Mesa apregoa Requerimento
do Prefeito Tarso Genro para ausentar-se da Cidade nos dias 21,22, e 23/5, em
razão de Viagem que fará a Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília.
O SR. REGINALDO: Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE:
V. Exa. deseja uma Questão de Ordem?
O SR.
REGINALDO PUJOL: Quero já que por outra maneira não tenho conseguido lhe interromper.
O SR.
PRESIDENTE:
V. Exa. não pode me interromper, apenas para formular Questão de Ordem ou
Requerimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Exatamente no momento em que V. Exa. leu a última Declaração de Voto
da matéria decidida aqui na Casa, pedi a palavra para um Requerimento e V. Exa.
não ouviu.
O SR.
PRESIDENTE:
Defiro agora. A Mesa se escusa com V. Exa.
O SR.
REGINALDO PUJOL ( Requerimento): O Requerimento é no sentido de que seja expedida
certidão, de inteiro teor, da decisão da Casa com a juntada das Declarações de
Voto.
O SR.
PRESSIDENTE:
A Mesa defere de plano o Requerimento de V. Exa., mas solicita que o mesmo seja
por escrito.
O SR REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, na última informação de V. Exa. com a leitura da comunicação do Sr.
Prefeito, pergunto se a matéria está sendo encaminhada à deliberação da Casa ou
se é uma gentil comunicação.
O SR.
PRESIDENTE:
Na forma da Lei Orgânica, quando a saída do Sr. Prefeito, do Estado, não é
superior a cinco dias, há apenas a comunicação que é feita por apregoamento ao
Plenário da Casa.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ (Requerimento): Sr. Presidente, para requerer à Mesa e a este Plenário para que se
possa fazer uma homenagem póstuma a dois valorosos companheiros, dirigentes e
lideranças do Partido dos Trabalhadores, cuja morte foi anunciada no dia do
Encontro Municipal, sábado pela manhã. Trata-se de dois bancários que foram
candidatos a deputado estadual pelo PT e eram suplentes: Valdir José Silveira
Júnior e Flávio Rubertti. Valdir José Silveira Júnior era economiário - Caixa
Econômica e Presidente da Associação da
categoria. Flávio Rubertti funcionário do Banco do Brasil e também da
Cooperativa dos Bancários. São duas lideranças Importantes para nós. Já fizemos
Voto de Pesar, mas queremos deixar registrado aqui, neste Plenário, diante dos
companheiros Vereadores de todas as Bancadas.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa recebe a informação e manifesta o seu pesar e expressa o sentimento de
toda a Casa que certamente já está instrumentalizado através de um Voto de
Pesar formulado por V. Exa.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu pergunto se no oficio por S. Exa. o Senhor
Prefeito, comunica que o Secretário do Governo assumirá o expediente da
Prefeitura. Mas ele faz isso tendo a desistência de V. Exa. para assumir a
Prefeitura?
O SR.
PRESIDENTE:
Informo a V. Exa. que na outra oportunidade, após, o inicio do mês de abril, eu
fui consultado e declinei da honrosa missão de assumir a Prefeitura Municipal,
de vez que me encontrava impossibilitado, por força maior. Desta vez não fui
consultado. Certamente, entendendo que eu já tinha declinado do convite naquela
oportunidade e que não aceitaria - por força da legislação no nosso País não
poderia aceitar, sob pena de ficar impedido de concorrer, caso meu Partido
viesse a me indicar para algum cargo - por essa razão, acredito que não tenham
me formulado o convite para assumir a Prefeitura de Porto Alegre, nestes dias
que estará impedido.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Então, Sr. Presidente, eu preciso que se registre nesta Casa que o
Prefeito não convidou V. Exa. para assumir a Prefeitura, já que V. Exa. quando
declinou do convite anterior, o fez naquela vez.
O SR. PRESIDENTE: Eu registro a colocação de
V. Exa. Eu não posso referir a isso, porque já faz algum tempo o requerimento -
se eu teria informado que não poderia em vezes ulteriores assumir o embate do
prélio eleitoral de 03 de outubro.
O SR. JOÃO
DIB: Eu
aceito. Só que, se ele não fez o convite, não agiu corretamente.
O SR.
PRESIDENTE:
Está registrado nos Anais da Casa.
Requerimento n° 103/96 de
autoria do Ver. José Valdir. (Lê.)
“Os Vereadores que abaixo
subscrevem vem requerer a Vossa Excelência, após os tramites legais, a seguinte
moção de apoio, sendo após encaminhada ao Exmo. Sr. Presidente da República, ao
Exmo. Sr. Ministro da Reforma Agrária, Presidente do INCRA, Presidente da
Câmara dos Deputados, Sanado Federal e respectivas Lideranças.
MOÇÃO DE APOIO
A Câmara de Vereadores de
Porto Alegre - RS, vem manifestar seu apoio ao Movimento dos Sem Terra - MST,
em sua luta pela implementação da Reforma Agrária no País e pelo e total
esclarecimento do massacre dos trabalhadores sem terra no Pará em 17. 04, 96.
Com a punição rigorosa e exemplar dos culpados.
Manifestam também seu apoio
pela aprovação imediata das Leis que buscam os processos de Reforma Agrária e
Justiça Social, tais como: Lei do Rito Sumario; Lei que impede Liminares de
despejo coletivos no campo e a Lei que passa para a Justiça Comum, o Julgamento
dos crimes cometidos por Militares.
Sala das Sessões, 17 de maio
de 1996.”
(a) José Valdir
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o Requerimento n°103/96. (Pausa.) APROVADO.
Passamos ao
GRANDE
EXPEDIENTE
O Ver. Pedro Ruas está com a
palavra. Desiste. O Ver. Henrique Fontana está com a palavra.
O SR. HENRIQUE
FONTANA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dirijo-me aqui, especialmente, ao Ver.
Antonio Hohlfeldt, já que, no encaminhamento da discussão do Recurso que
acabamos de votar, o Vereador optou, mais uma vez, pelo caminho de fazer um
ataque direto ao Partido dos Trabalhadores.
Eu começaria dizendo que, na
minha opinião - e eu o tenho ouvido diversas vezes nesta tribuna -, o debate
sobre as opiniões do Ver. Antonio
Hohlfeldt a respeito da coerência ou da incoerência do PT se transformam, cada
vez mais, num debate pré- político, num debate eivado de argumento que ora
campeiam pelo lado do sectarismo ora campeiam pelo lado do preconceito. Eu
diria que a lição de Goebbels que o Ver. Antonio Hohlfeldt sugeriu ao PT vale
mais e melhor ao Ver. Antonio Hohlfeldt, porque ele, de fato, tem dito, um
sem-número de vezes, que o PT perdeu a sua utopia, que o PT perdeu a sua
coerência, que o PT não tem mais os compromissos que tinha outrora e que o PT
passou a ser um partido que está exatamente representado na avaliação do Ver.
Antonio Hohlfeldt. O Ver. Antonio Hohlfeldt, talvez, ao repetir centenas de vezes
esses mesmos argumentos, passou, de fato, a acreditar nessa lógica, a acreditar
nesse argumento .Nós respeitamos o direito democrático de Ver. Antonio
Hohlfeldt, ao ter uma visão sobre o PT. Agora, o que nós gostaríamos é que o
Ver. Antonio Hohlfeldt se lembrasse quando diz que a utopia do PT não existe
mais, que ele parasse para pensar qual utopia que ele está construindo? Porque
esse é um desafio que precisa ser colocado, Ver. Antonio Hohlfeldt. É preciso
entender que V. Exa. tem uma síntese política, uma opinião política sobre o
Partido dos Trabalhadores, opinião política que lhe levou a sair do PT, e
opinião política que lhe levou a optar por um outro partido que é o PSDB. É
aqui que entra o desafio, Vereador, para que nós saiamos do argumento pré-político,
que V. Exa. aceite esse debate democrático: que venha aqui dizer então qual a
utopia que. V. Exa. está construindo; combater e debate-se o programa do PSDB,
se a ação política do PSDB representa
essa utopia que na opinião o PT representava antes.
Para mim, Ver. Antonio
Hohlfeldt, o PT continua representando a utopia que nós dois acreditamos em um
mesmo momento e junto construímos o mesmo partido. Hoje V. Exa. entende que é o
PSDB que representa essa utopia, e nós da Bancada do PT e todos aqueles que
estão dentro do PT continuamos acreditando que é o PT que representa essa
utopia. Agora, o que não pode acontecer, Ver. Antonio Hohlfeldt, que V. Exa. não assume esta posição política de que
tomou um outro rumo político, e o desafio que a Cidade de Porto Alegre quer
ouvir, ver e debater com V. Exa. é qual afinal a utopia que V. Exa. defende?
Qual o projeto político que V. Exa. defende?
É combater o PT? É dizer que o PT não tem mais utopia? É o projeto pelo
negativo? Não, Ver. Antonio Hohlfeldt, o desafio político, que o PT teme, que
V. Exa. tem é de entender, V. Exa. divergiu do
Partido dos Trabalhadores, democraticamente decidiu construir outras
utopias. Então carece sim, Vereador, que V. Exa. desista dos ataques sectários
e que faça debates políticos a respeito dos programas desses dois partidos. E
que defenda sim, Ver. Antonio Hohlfeldt, a sua nova utopia.
Eu quero saber se aquilo que
V. Exa. disse hoje à tarde, que o PT sairia esta tarde com uma marca.
Eu quero saber quais são as
marcas que V. Exa. carrega neste ano e meio em que esta filiado e construindo o
PSDB, partilhando e apoiando todas as políticas que o PSDB tem implementado. Se
V. Exa. disser que não carrega nenhuma marca, eu poderei concluir e talvez,
junto com a nossa Bancada, que V. Exa. perdeu a capacidade de fazer
autocrítica. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Dib está com a palavra, em Grande
Expediente.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu estou começando a ficar muito preocupado.
Alguns Vereadores estão personalizando fatos que aqui ocorrem. Na semana que
passou, eu mesmo fiz isso em relação a um documento assinado pelo Ver. Carrion onde ele desmerecia toda a
Casa. Apenas o dono da verdade parecia ser ele. Hoje, o Ver. Carrion ataca de
maneira deselegante, e já por escrito, uma pessoa que merece as nossas
atenções, uma pessoa que foi sua companheira de partido, sem razão maior. Não
se diz para alguém que lhe falta condições para emitir um Parecer, para propor
qualquer ação, sem razão nenhuma, porque ninguém é dono da verdade. Agora, o
Ver. Fontana diz que o Ver. Hohlfeldt não tem o direito de falar contra o PT,
mas o Ver. Hohlfeldt não falou contra o Ver. Fontana, falou contra o PT e
algumas idéias do PT. Não dá para personalizar. O Ver. Fontana é decente,
educado, fino, mas, às vezes, por pouca experiência parte para a agressão. Como
o outro Vereador tem mais experiência que o Ver. Fontana, ainda que não seja
Vereador há tanto tempo, tem que saber que há uma coisa que se chama respeito e
que faz bem para todos. Eu não acho que o Ver. Carrion tenta procedido bem
quando se dirigiu à CPI e muito menos quando se dirigiu a nossa colega Maria do
Rosário. Todas as vezes que ele vai à tribuna, esquece que somos um todo e que
nós também temos opiniões e elas precisam ser respeitadas. Eu nunca vou falar
de quem esteva do lado dele ou contra ele, em que ambiente ele estava, porque
não me interessa, mas eu também poderia falar.
Sr. Presidente, eu também
quero dizer que votei pelo não arquivamento da Comissão de Inquérito, porque eu
gosto desta Câmara. Havia uma Comissão instalada contra a minha vontade, mas a
maioria havia decidido e tinha que ser
levado a cabo. É por isso, mesmo não querendo, tentando por todos os
meios minimizar e não conseguindo, que eu tinha que votar pela sua
continuidade, porque era a Casa que tinha proposto uma Comissão Parlamentar de
Inquérito. E eu dizia, quando o Ver. Fontana fez o sua recurso, é recurso do
medo, que irá me divertir em cima desse recurso e não o fiz, porque tenho todas
as razões para ter restrições ao Sr. Raul Jorge Andrade Pont. Mas decidi que
deveria tentar harmonizar, buscar uma solução para que a Casa não saísse
ferida. Eu não sei como vai acontecer, como vai ser analisada. Eu sei que os
jornais dizem que a Comissão não tinha mais razão de ser, mas eu confesso que
fiquei triste pelo que vi aqui hoje à tarde: Vereador agredindo uma Vereadora
sem razão nenhuma. Não foi no pronunciamento onde as palavras escapam. Estava
escrito, porque tão logo fez o pronunciamento, ele foi distribuído, e a
Comissão de Inquérito suspensa, me parece que é um problema. Era isso, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Dilamar Machado está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Pedro
Ruas, em Grande Expediente.
O SR. DILAMAR
MACHADO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu começo pelas últimas palavras do Ver. João
Dib. Casualmente, nós temos uma trajetória, juntamente com outros companheiros
aqui, um pouquinho mais antiga. Na realidade, o que ocorreu nesta tarde, nesta
Casa Legislativa, foi um estupro legislativo. Estupraram o nosso Regimento a
ponto de, antes da votação, já estar pronto o despacho do Presidente da Casa
determinando o arquivamento da Comissão Parlamentar de Inquérito. Quem pediu
esse arquivamento? Há um pequeno dispositivo na lei brasileira em que o juiz
não pode decidir “extra petita”- fora do pedido, “ultra petita”- além do
pedido. Na realidade, o que nós tivemos foi uma decisão política que aproveita
a quem? O Ver. Fernando Záchia? Não. Eu ouvi alguém dizer que o Ver. Záchia
saiu demolido. Pelo contrário. Acho que, o Ver. Fernando Záchia, um Vereador de
primeiro mandato, saiu-se com grande responsabilidade desse episódio.
Eu sou um crítico de
pronunciamentos, até porque a minha profissão de radialista de 25 anos de
microfone, me leva a analisar aquela pessoa que vem à tribuna, seja aqui, na
vila ou no clube, para dizer alguma coisa e que diz algo que tenha início, meio
e fim. O encaminhamento do Ver. Antonio Hohlfeldt foi sensacional do ponto de
vista lógico. Eu fico triste de ver o companheiro Ver. Fontana agredir o Ver.
Hohlfeldt, porque foi ele quem deu vida ao Partido dos Trabalhadores. Durante 6
anos foi o único Vereador do PT nesta Casa. Tem uma trajetória, é um
intelectual, é um homem de bem, contra o qual não se pode dizer nada além de
que é seu adversário. Então, acho que misturaram as coisas, quando o essencial
está sendo escamoteado. O que é uma CPI? É um julgamento, Ver. Pedro Américo
Leal? Não. A Comissão Parlamentar de Inquérito, nos termos do Regimento existe
para investigar e mais: investigar com poderes de autoridade judicial. Um juiz,
Ver. Pedro Américo Leal, não pode ser o dono da verdade, mesmo baseado em
decisões às quais cabem recursos, como é o caso do despacho. Não misturem
sentença com despacho, por favor! Quando um representante do Ministério
Público, um promotor apresenta a peça inicial de procedimento judicial que se
chama denúncia é porque ele, promotor, fiscal acima de tudo, da lei, entendeu
que naquele caso houve delito, houve infração à lei, oferecida denúncia ao
convencimento do Ministério Público que houve um delito. O juiz recebe ou não
recebe a denuncia. Se recebido, abre-se o processo. Se o juiz decide
equivocadamente, o representante, que é o caso, recorre da decisão, não a um
juiz singular, a um tribunal, no caso, o Tribunal Eleitoral. Misturou-se as
intenções: a investigação da Câmara com o processo de investigação da Justiça
Eleitoral. O que a Justiça Eleitoral está investigando é se houve algum delito
nos dispositivos de Lei Eleitoral; o que a Câmara está investigando, pois
continuo querendo investigar, é o abuso de poder econômico, o abuso da máquina
pública. Esse sim com fins eleitorais.
Aquela Senhora que esteve
depondo disse que era filiada do PT, e que assinou o memorando convocando os
membros do Conselho Político, entre os quais está um companheiro meu, do PTD,
para a reunião. Naturalmente, houve o uso da máquina pública para fins
eleitorais. Estou requerendo na CPI uma análise muito profunda desse programa
chamado “Cidade Viva”, que é uma plataforma eleitoral permanente do PT com o
dinheiro da população. Estou, também, requerendo explicações na CPI sobre o uso
do dinheiro público pelo DMLU, que mascara, como se todos nós fôssemos um bando
de idiotas e como se não entendêssemos nada de comunicação, com a campanha
mantenha a Cidade Limpa e participe das reuniões do Orçamento Participativo,
dizendo onde será a próxima reunião; é essa a propaganda do DMLU. É uso
indevido de dinheiro público para fazer propaganda de um instrumento que sequer
está institucionalizado e que não faz parte do Orçamento de Porto Alegre.
É possível o Prefeito
utilizar dinheiro público para utilizar
um quarto de página em cada um dos principais jornais do Estado - Zero Hora,
Folha da Tarde e Jornal do Comércio - para convidar a população para estar ao
lado do Prefeito, Tarso Genro, e demais autoridades para um ato público contra
a privatização do Banco Meridional. Quem sai perdendo nesse episódio?
Indiscutivelmente, é o PT. Para mim não eu não tenho dúvida do que faço, do que
penso com relação ao PT, mas sim para o leitor comum, aquela pessoa que só ouve
e vê as coisas, porque o PT foi sempre estilingue, sempre bateu em todo mundo,
ninguém vale nada, o PDT não vale nada, o PDS é o símbolo da ditadura, o PSDB é
o neoliberalismo, o PMDB já acabou. Só eles existem, são os donos da verdade, inventaram a roda,
descobriram Porto Alegre. Antes do PT, não existia Porto Alegre. O que o Ver.
Dib, quando prefeito fez, ou o Villela, ou o Colares, Loureiro da Silva, Otávio
Rocha, nada disso vale, é só eles que valem. Só para eles que tem valor a obra,
mesmo que ela não exista. Na realidade, o que vai ficar deste ato, do meu ponto
de vista, absolutamente, incorreto, da Mesa Diretora da Câmara Municipal
determinando o arquivamento da CPI, que não tem nenhuma, nem no Regimento, nem
na lógica, dessa posição assumida por alguns Vereadores, inclusive companheiros
de Bancada que eram a favor da CPI e na hora de votar, votaram pelo
arquivamento antecipadamente já
acertado.
Na realidade, foi uma tarde
trágica para a Câmara Municipal, uso a expressão de V. Exa., a Câmara saiu
arranhada, e muito arranhada. Algumas pessoas se colocaram de cócoras diante da
pressão absurda, insuportável para alguns, que o PT fez para extinguir a CPI.
Agora fica a dúvida, houve ou não houve? E fica também o alerta de um modesto
advogado de província, com que cara ficarão aqueles que arquivaram a CPI se amanhã,
ou depois, aceitam o Recurso do promotor, o Tribunal Regional Eleitoral
determinar que, efetivamente, como efetivamente ocorreu, o Sr. Raul Pont feriu,
frontalmente, a lei eleitoral ao usar a Prefeitura, seus instrumentos e seus
funcionários, em horários de trabalho, para fazer proselitismo político. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Conforme
o art.145, a Sessão poderá ser prorrogada no prazo de duas horas, para
discussão e votação de matéria constante na Ordem do Dia. Como ela iniciou às
quatorze e vinte, mas teve cinco minutos com a interrupção da Tribuna Popular,
garantimos aos inscritos, a partir do Ver. Raul Carrion, Reginaldo Pujol,
Wilton Araújo, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella e Clênia
Maranhão, que na próxima Sessão de quarta-feira, às quatorze horas, tenham
assegurado o seu tempo.
Estão encerrados os
trabalhos.
(Encerra-se a Sessão ás 18h27min.)
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